quinta-feira, 26 de fevereiro de 2015

Capitulo 19


            
Eu me afastei dele com um pouco de relutância e fui para o outro lado do quarto, ficando de frente para a janela e de costas para ele:
- É melhor irmos com calma.
- É, com calma, mas quando eu estou perto de você, eu.... Eu me lembro de como nós dávamos certo, e de como éramos apaixonados um pelo outro.
- Eu também fico lembrando, mas mesmo assim, temos que ir com calma porque acabamos de nos reencontrar, e eu não quero trocar os pés pelas mãos.
- Todo bem, você está certa, vamos com calma.
  Ele se aproximou de mim e me deu um beijo na bochecha:
- Amanhã eu te ligo.
- Esta bem.
  Depois que ele saiu eu me joguei na cama, estava confusa com os meus sentimentos em relação a ele.
Eu acordei super cedo, meu dia ia ser muito cheio, eu tomei café com a Manu e com o Jan:
- Bem, já que você não vai me contar por livre e espontânea vontade, eu vou ter que te pressionar.
- Do que você está falando?
- Estou falando de um certo arquiteto bonitão que eu vi saindo do hotel ontem, e pelo que eu me lembro, já era bem tarde.
- Você esta saindo com o arquiteto da galeria?
- Ele não é só arquiteto da galeria, ele também é um ex-namorado dela.
- Você está saindo com seu ex? 
- Podem parar esta, os dois, o Alex veio sim aqui, nós jantamos juntos e ele veio me trazer aqui, então subimos para o meu quarto e ficamos conversando, foi só isso.
- Até parece, se eu ficasse sozinha com aquele deus grego, nossas bocas ficariam ocupadas de outra maneira.
- Mas e você, sua reunião com Jeff foi longa em?
- Sim, tínhamos muita coisa para discutir.
- Por que será que eu não acredito em nenhuma das duas?
- Ahh cala a boca que todo mundo aqui sabe que a Frida dormiu no seu quarto esses últimos dias, e não negue porque eu vi com os meus próprios olhos.
   Antes de responder, ele olhou para mim:
- Pode falar, eu já superei, está tudo bem.
- Então eu devo ser o único honesto desta mesa, porque eu vou confirmar, estou saindo com a Frida.
- Está tudo maravilhoso, mas nós duas temos uma reunião marcada com o namorado da Robe.
- Ele não é meu namorado.
- Ahh, desculpas, uma reunião com Alex Bouvier, o arquiteto gato.
   Nós duas pegamos um taxi e encontramos com o Alex no ponto onde ficaria a galeria, como eu e ele sempre tivemos intimidade, não ficou um clima estranho nem nada.
Ele ja estava com um projeto pronto, e como eu já esperava, era maravilhoso, gostei logo no inicio, a Manu também, então, nos duas aprovaram o projeto:
- Isso está incrível, vai ficar ótimo, estou super empolgada.
- Que bom, porque já que vocês aprovaram o projeto, as obras começam hoje.
- Hoje? Como assim ?
- Sim, hoje, logo depois do almoço.
- Nossa que eficiência.
- Bom, eu sinto muito, mas eu e a dona Roberta, temos que fazer nossa mudança.
- Então quer dizer que vocês resolveram morar juntas ?
- Até eu achar um apartamento que eu goste, sim.
- E vocês vão morar lá no meu condomínio?
- Sim, eu gostei muito da vizinhança de lá.
  Nós chegamos no apartamento e a empregada que a Manu, tinha contratado estava lá, o nome dela era Amy, e tinha deixado todo o apartamento brilhando, ela também arrumou todas as nossas roupas.
A Manu não ficou muito tempo, ela só tomou um banho e saiu para se encontrar com o Jeff, eu não sai, fiquei em casa olhando alguns apartamento no subúrbio, pela internet. Quando a Manu chegou, ela veio até o meu quarto:
- Oi oi.
- Oi, como foi o seu encontro?
- Foi bom, e eu cheguei a conclusão que nos estamos namorando.
- E isso é bom ?
- Sim, é bom.
- Amanhã nos temos que sair para ver os pisos, cor de parede, e essas coisas, o Alex vai vir aqui e nos levar em uma loja que ele gosta.
   Na manhã seguinte o Alex chegou, e nos fomos para a loja, escolhemos todo o material, o piso era de madeira escura, e como era uma galeria, decidimos que as paredes deveriam ser brancas:
- Bom gente, como nos já compramos os matérias que vamos usar agora, a obra vai mais rápido, amanhã vamos comprar os acabamentos, em no máximo um mês, um mês e meio a obra termina.
- Caramba, que rápido.
   Eu estava espantada com a rapidez e eficiência com que o Alex fazia as coisas.
No outro dia a Manu me deixou ir sozinha escolher os acabamentos, porque ela tinha mais um encontro com o Jeff:
- Eu sei muito bem porque você não quer ir, você quer que eu fique com o Alex.
- Sim, você não tem noção da tensão sexual que existe entre vocês dois, e meu deus, vocês ja namoraram, tem intimidade um com o outro, já está na hora de resolver isso.
- Você não presta.
- Eu sei, é por isso que você é minha amiga.

 E já que não tinha jeito, eu fui nós escolhemos tudo e depois fomos à obra ver como estava, e eu fiquei muito impressionada, porque já estava muito mais adiantada do eu imaginava.

terça-feira, 24 de fevereiro de 2015

Capitulo 18

                        
        - Roberta?
- Alex! Tudo bem com você, quanto tempo.
- Nossa quanto tempo mesmo, ja faz o que? Uns 5 ou 6 anos?
- Pois é, a ultima vez que eu te vi foi...
- Aquele dia da nossa despedida no aeroporto.
E foi só então que eu me toquei que ainda não tinha apresentado a Manu para ele:
- Alex, essa aqui é minha amiga Manuela, e Manu esse é meu amigo Alex.
- Prazer Alex.
- O prazer é meu.
- Eu não sabia que você estava aqui em Nova York.
- Eu me mudei, agora moro aqui, e você? Está de férias?
- Na verdade, eu também moro aqui agora, estou procurando um apartamento.
- E você berta, veio fazer uma visita no apartamento que estão vendendo aqui no prédio?
- Na verdade sou eu quem vai comprar esse apartamento, eu queria a cobertura, mas o dono mora ai e não tem planos de vender.
- Ahahaha é, eu não tenho mesmo planos de vender.
- Que pena.
O elevador nos deixou no térreo e n fomos andando pela portaria até chegarmos na rua:
- Bom vocês aceitariam tomar um café, tem uma cafeteria ótima aqui pertinho.
Eu e ela aceitamos, e então seguimos andando pela rua e conversando:
- Então Berta, como vai à vida?
- Tudo mudou, eu me especializei em arte urbana depois da faculdade, e agora vou abrir uma galeria de arte com a Manu.
- Nossa que legal, e vocês já tem um projeto ou uma planta?
- Ainda não, eu estava esperando a Robe aceitar a minha proposta.
- É que o Alex é arquiteto.
- Então vamos marcar uma reunião.
- Marcado.
- Vocês vão morar juntas lá no condomínio?
- Bem que eu queria, mas a cabeça dura aqui decidiu que vai morar no subúrbio.
- Nossa, eu já estava animado com as minhas novas vizinhas.
- Mas agora, mudando de assunto, onde anda a Marina?
- Ela está vindo morar aqui também, esta abrindo uma unidade do restaurante dela aqui, e eu estou no comando as obras.
- Caramba, que legal, eu me lembro de que ela era a melhor na faculdade.
  Chegamos à cafeteria e conversamos bastante, o Alex fez um esboço em um guardanapo de uma possível fachada para a galeria, depois de tomarmos nossos cafés, fomos para fora da cafeteria, eu e a Manu chamamos um taxi, e assim que ele chegou o Alex me entregou um cartão:
- Aqui esta o meu número, me liga para marcarmos um jantar.
- Pode deixar que eu vou ligar.
- Ah Manu, aqui um pra você também, afinal, temos que marcar nossa reunião.
- Ligo sim.
E então eu e a Manu entramos no taxi, e quando eu olhei para a Manuela, ela estava me olhando fixamente:
- Tudo bem, pode perguntar.
- Por que você terminou com ele, porra! Ele é gato, inteligente, bem sucedido, lindo, talentoso, simpático e o sorriso dele quase me segou de tão branco e perfeito.
- Faz muito tempo isso, cerca de uns seis anos, eu tinha acabado de terminar a minha faculdade e ele a dele, nós iríamos fazer nossas especializações, eu fiz a minha em arte urbana, e ele em arquitetura moderna, ele era o melhor, e então recebeu uma proposta excelente, só que era no Canada, e nos morávamos no Brasil. Confesso que era extremamente apaixonada por ele, mas não iria suportar um namoro a distância, e então quando ele estava no aeroporto para embarcar para o Canada, nos terminamos, foi a decisão mais difícil da minha vida.
- Nossa, mas por que você não foi com ele?
- Porque eu estava fazendo a minha especialização, e não podia parar, por mais que eu quisesse jogar tudo pro auto e ir atrás do amor da minha vida, eu não pôde.
- Bom esta na cara que ele ainda é caidinho por você.
- Acho que não.
- Ahh minha filha, vamos parar ai né, desde o elevador que ele tem dado em cima de você descaradamente, e você ganhou o cartão do "ligue para um encontro" e eu o do "ligue para trabalhar".
   E assim voltamos para o hotel, a Manu foi para o seu quarto, porque queria dormir um pouco antes do seu encontro com o Jeff, e eu fiquei no meu quarto, pensando se ligava para o Alex ou não. Eu achava que iria parecer muito desesperada, mas, porque eu o vi não fazia muito tempo, mas eu não queria ficar sozinha já que a Manu ia sair. Tomei coragem e peguei o telefone e o cartão que ele me deu, pensei "que se dane" e liguei para ele, que atendeu no terceiro toque:
- Alô.
- Oi Alex, aqui é a Roberta, tudo bem?
- Oi Berta, tudo e você, achei que demoraria mais para ligar.
- Eu sei, não queria parecer desesperada, mas acho que acabei parecendo.
- Não, não é isso, é que eu achei que você estivesse ocupada com as coisas da galeria.
- Ahh, não, ou pelo menos ainda não.
- Bem, eu disse para você ligar para marcarmos um jantar, então, está com fome?
- Morrendo.
- Que tal uma pizza? Eu também estou morrendo de fome, em qual hotel você esta? Vou ai te buscar.
- Não preciso, eu pego um taxi até ai.
  Eu peguei um taxi e encontrei com o Alex na pizzaria que ele tinha marcado, quando cheguei lá, ele já estava me esperando:
- Oi.
- Oi, você tem que arrumar um carro, pelo que eu me lembro que você era uma ótima motorista.
- Você está brincando né? Eu sempre fui uma péssima motorista, vivia batendo o carro, e você sabe bem disso.
- Lembra quando você bateu o carro em um outro carro que estava estacionado, eu lembro de você entrando em choque e me ligando desesperada.
- É eu me lembro disso, você saiu correndo da faculdade, e quando chegou ficou rindo da situação, eu fiquei furiosa com você naquele dia.
- Verdade, você ficou.
E nos acabamos rindo das nossas lembranças, depois que comemos, ele me levou para o hotel, e subimos para o meu quarto, onde continuamos com as nossas histórias e lembranças:
- Eu sinto falta dessa fase da minha vida, sinto falta de você na minha vida.
- Eu também sinto falta.
  E então ele se aproximou de mim, e nos ficamos ali, com os rostos bem próximos, estávamos olhando fixamente um para o outro.

segunda-feira, 23 de fevereiro de 2015

Capitulo 17

  Quando minha mãe falou isso eu não sabia se olhava para a Manu ou para o meu pai, mas uma coisa eu percebi, os dois estavam tão surpresos quanto eu:
- Eu entrei na internet para pesquisar um pouco mais sobre a sua vida, e então eu fui descobrindo cada vez mais sobre você, sua criminosa. E Roberta, você sabia disso? Sabia que ela é traficante?
Eu olhei para a Manu que também estava olhando para mim, ela balançou a cabeça negativamente, queria que eu negasse, mas eu não neguei:
- Sabia, sabia sim, e em nenhum momento eu senti que corria perigo perto dela.
- Palmas para você, acaba de ganhar o prêmio de mais burra do ano, está sendo enganada por uma bandida.
Nesse momento a Manu jogou o guardanapo que estava em seu colo sobre a mesa e se levantou:
- Me desculpem, mas eu não vou ficar aqui ouvindo insultos dessa mulher.
E então eu também retirei o guardanapo do meu colo:
- Mas eu não estou acreditando no que eu estou vendo, você vai atrás daquela bandidinha de quinta?
E foi então que me subiu um fogo tão grande em minhas veias, e eu nem sequer me dei ao trabalho de lembrar que nos estávamos em um restaurante lotado:
- CALA A BOCA! CALA A SUA BOCA! QUEM É VOCÊ PARA APONTAR O DEDO PARA AS PESSOAS? LOGO VOCÊ QUE NUNCA FEZ NADA NA VIDA ALEM DE GASTAR O DINHEIRO DO MEU PAI.
- Berta filha, por favor, vamos nos acalmar...
- Nunca fiz  nada? Eu dediquei a minha vida toda pra cuidar dessa família, eu sempre dei o meu sangue.
- E OLHA QUE BOSTA DE TRABALHO VOCÊ FEZ! A MANUELA É MAIS MINHA AMIGA, ELA É MAIS MINHA MÃE DO QEU VOCÊ NUNCA FOI E NEM NUNCA VAI SER!
- CHEGA! Chega! Parem vocês duas, parem agora mesmo.
Eu respirei fundo e me levantei da mesa, peguei meu telefone e olhei para o meu pai:
- Eu estou indo pai, depois falo com o senhor, boa noite.
- Berta, venha, vamos nos acalmar e resolver esta situação.
- Não pai, a situação já esta resolvida, amanhã eu vou assinar os papeis da sociedade, com ou sem o consentimento dela.
E assim eu fui em direção à porta onde a Manu estava esperando o taxi que ela tinha chamado:
- Manu, me desculpa me desculpa por tudo o que a minha mãe falou, nossa me desculpa mesmo.
- Não foi sua culpa Robe. Está tudo bem. Vai ficar tudo bem, nos vamos ser sócias e vamos ser felizes.
E nos duas entramos no taxi. Quando eu cheguei a meu quarto fui tomar um banho, e eu ja estava quase pronta pra dormir quando alguém bateu na porta, e quando eu abri vi o Jan lá, parado me olhando, virei as costas para a porta e então ele entrou e me seguiu:
- Olha Jan, eu já tive muita briga por hoje, então se não se importa eu prefiro que você volte amanhã.
- Eu não vim brigar, eu vim pedir desculpas, eu tenho agido como um imbecil, e você não merece isso.
- Eu também tenho agido como uma imbecil, então também te devo desculpas.
- Você esta com uma cara meio abatida, aconteceu alguma coisa?
- Eu tive uma briga com a minha mãe, a respeito da minha saciedade com a Manu.
- Ahh, ela me contou sobre a sociedade depois que vocês tomaram café da manhã juntas. Mas eu não sabia que seus pais estavam aqui em Nova York.
- Eles chegaram não tem muito tempo, e olha que beleza, eu já tive uma briga com a minha mãe.
Eu estava triste com toda a situação com a minha mãe em relação a Manu, mas também estava feliz em fazer as passes com o Jan, então eu contei toda a história para ele.
 O Jan foi para o seu quarto já era bem tarde, e quando ele saiu eu fui dormir. No dia seguinte eu acordei bem cedo para tomar café com o meu pai e mostrar para ele os documentos da sociedade com a a Manu, que eu iria assinar:
- Me parece um negocio muito bom, é tudo bem claro, sem nenhum tipo de enrolada ou coisa do tipo, eu acho que vocês estão entrando em um ótimo negocio, e eu falo como empresário, e não como pai.
- Assim que eu peguei esses papeis eu achei a mesma coisa.
- Bem filha, eu acho que você estaria perdendo uma grande oportunidade se não assinasse.
- Então isso quer dizer que você vai me apoiar?
- Isso, vou apoiar as duas, mas uma coisa que nos não conversamos é sobre onde você vai morar.
- Ahh, sobre isso, eu quero uma coisa simples, sem muito luxo ou coisa do tipo.
- Eu estava pensando em algo como Upper East Side, o que você acha?
- Ahh não pai, eu estava pensando mais em algo como o subúrbio.
- Mas eu não acho que a Manu queira morar no subúrbio.
- Não, uma corretora vai mostrar alguns apartamentos para ela no Upper East Side, e também vai me mostrar alguns no subúrbio.
  Eu e meu pai ficamos ali conversando ate a Manu me mandar uma mensagem para nos encontrarmos no escritório do advogado para eu poder assinar a papelada.
Depois de termos assinado tudo, voltamos para o hotel, quando eu cheguei no meu quarto, passado apenas alguns minutos minha mãe bateu na porta:
- Oi Berta.
-Oi mãe.
- Eu queria pedir desculpas para você por ontem no jantar, eu fui uma tola, você já é grande o suficiente para saber o que é bom ou não para si mesma.
- Não é para mim que você tem que pedir desculpas, e sim para a Manu.
- Eu já pedi desculpas para ela, acabei de vir do quarto da Manuela, ela aceitou as desculpas, e eu espero que você também aceite.
Eu aceitei as desculpas da minha mãe, e eu acreditei que ela estava realmente arrependida. Nós almoçamos todos juntos, eu, minha mãe, meu pai e a Manu, e correu tudo bem, minha mãe foi super agradável e simpática, o que eu não gostei no almoço foi que meu pai comunicou que tinha acontecido um imprevisto com uns documentos da impressa e eles teriam que voltar para o Brasil logo pela manhã no dia seguinte.
Eu fui levar meus pais no aeroporto e confesso que chorei um pouco quando me despedi do meu pai. Assim que eles embarcaram eu peguei um taxi e fui encontrar a Manu em um prédio do Upper East Side, ela queria minha opinião antes de fechar negocio com a corretora, quando meu taxi parou na frente do majestoso prédio, eu logo avistei a Manu e a corretora na frente, as duas estavam a minha espera. Nós fomos entrando no elevador do prédio, quando chegamos ao apartamento a Manu ficou toda empolgada e com razão, porque ele era fantástico, nos fizemos um tour pelo local e depois fomos chamar o elevador de volta para irmos embora, quando entramos tinha um homem lá, e eu me surpreendi com ele, porque era muita coincidência, no elevador estava um amigo meus de faculdade, ou melhor, um namorado de faculdade, o Alex, o cara por quem eu já fui completamente apaixonada.

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2015

Capitulo 16

Eu acordei com o toque do meu celular, era minha mãe falando que já tinha chegado e se hospedado no mesmo hotel que eu, e ela e meu pai estavam me esperando para irmos tomar café, então eu tomei um banho e fui encontrar os dois, eu já estava a 5 meses sem ver eles e minha mãe continuava idêntica, mas já meu pai estava bem mais magro e ele também tinha envelhecido bastante, parecia que não nos víamos fazia uns bons anos.        Quando eu me aproximei da mesa em que eles estavam, minha mãe se levantou primeiro e me deu um longo abraço e um beijo no rosto, depois ela me soltou e foi a vez do meu pai me dar um grande abraço bem apertado, e então percebi que ele estava mais magro do que eu pensava, depois dessa onda de abraços me sentei:
- Nossa filha, como é bom te ver.
- Ahh pai vocês também não tem ideia de como é bom ver vocês.
- E então, você está sozinha aqui em Nova York?
- Não, eu estou com um amigo que fizemos em paris e com uma amiga que eu fiz na Holanda.
- Nossa você encontrou essa amiga na sua primeira parada e se encontraram aqui de novo, não acha isso muita coincidência?
- Na verdade mãe ela está comigo desde a Holanda, estamos viajando juntas desde o inicio.
- E você contou para ela nossa condição social, porque eu aposto que...
- Se você esta achando que ela esta fingindo ser minha amiga para se aproveitar de mim você esta muito enganada, e além do mais, ela tem as mesmas condições financeiras que nós.
- Nossa, me desculpe, eu não sabia que ela era da alta sociedade holandesa.
- Bom, vamos mudar de assunto, filha quando você pretende voltar para  São Paulo?
- Como assim, ela vai voltar quando nós voltarmos.
- Na verdade eu não estou pretendendo voltar, eu fui chamada para ser sócia da Manuela em uma galeria de arte urbana aqui em Nova York.
- Manuela é o nome da holandesa?
- Sim.
- E você pretende aceitar essa proposta dela?
- Eu já aceitei pai.
- Depois eu gostaria de dar uma olhada nos projetos, e também gostaria de conhecer a Manuela.
- Claro, poderíamos jantar juntos hoje.
- Seria maravilhoso, mas agora mudando de assunto, como esta tudo, e minha irmã, ela esta bem?
- Sim, Alice esta ótima, ela começou em um colégio novo. 
- E vocês, como estão?
- Estamos todos bem.
- E eu já ia me esquecendo, nossa pai como você está magro.
- É que eu ando muito ocupado com a empresa, quase não tenho tempo para comer.
Nós tomamos café e eu fui com eles ate a quinta avenida, porque minha mãe queria fazer algumas compras, enquanto ela ia um pouco mais a frente, eu e meu pai ficamos alguns passo atrás, para podermos conversar:
- Tudo bem Berta, agora você pose me contar o que você esta escondendo a respeito da Manuela.
- Como assim?
- Filha eu te conheço, eu sei que tem alguma coisa a respeito desta mulher que não esta contando.
- Acho que você não vai gostar de saber.
- Robe, por favor, você sabe que eu jamais vou julgar você ou a garota.
- Tudo bem.
Eu respirei fundo e tentei escolher as melhores palavras para dizer, mas não tinha como, eu teria que falar o mais simples e claro possível:
- Bem pai, como eu já havia dito, a Manu tem muito dinheiro, muito mesmo, e ela conseguiu conquistar isso porque ela herdou do seu pai um negocio.
- Que tipo de negócio?
- Como você sabe a maconha na Holanda é liberada, e a Manu é a comandante do trafico lá, e também em vários outros lugares do mundo onde o uso desta droga é liberado. A família dela também tem é quase toda da máfia italiana.
Eu percebi a cara de chocado que o meu pai fez, e nos seguimos em silencio por alguns minutos, e confesso que estava esperando que ele fosse surtar:
- Você confia nela ?
- Confio de olhos fechados. Em toda essa jornada de cinco meses, ela sempre esteve ao meu ledo me apoiando, e eu nunca senti que corria perigo perto dela.
- Bom, se você confia nela, eu também confio.
E assim seguimos por mais algumas lojas, até que decidimos voltar para o hotel, assim que eu cheguei tratei logo de ligar para a Manu:
- Alô.
- Oi Manu.
- Ahh oi oi Robe.
- Amiga meus pais chegarem e eles querem te conhecer, e estão te convidando para jantar hoje as 19h00.
- Você vai estar junto?
- Sim.
- Então tudo bem, eu vou, nos encontramos no seu quarto?
- Tudo bem.
Ela desligou e eu mandei uma mensagem pra minha mãe confirmando a presença da Manu.
Eu tomei um banho, e estava terminando de me arrumar quando a Manu bateu na porta:
- Oi oi.
- Oi.
-Vamos?
- Vamos, eles estão nos esperando no restaurante.
Meus pais já estavam no restaurante, e quando eu e a Manu chegamos e eu a apresentei para eles:
- Pai mãe, essa aqui é a Manu, e Manu esses aqui são os meus pais.
O jantar foi muito bom e agradável, a Manu falou sobre a galeria e tudo estava sendo maravilhoso quando minha mãe começou:
- Bem, essa galeria me parece uma ótima ideia, pena que minha filha não vai entrar nessa.
- Como assim mãe?

- Eu jamais vou aceitar que minha filha vire sócia de uma traficante mafiosa, eu pesquisei sobre você Manuela, ou você prefere que eu te chame de lis?

domingo, 8 de fevereiro de 2015

Capitulo 15 + AVISO

Bom galera, eu estou usando o Twitter para avisar as novidades sobre ahistória, personagens, e tudo mais, o meu twitter é @_lovier. Eu também  queria avisar que vou tentar postar capitulo novo 3 vezes por semana. 


Eu acordei com batidas desesperadas na porta do meu quarto, eu me assustei e dei um pulo da cama e fui correndo abrir a porta, quando eu abri dei de cara com a Manu:
- Manuela, você por um acaso sabe que horas são para você chegar assim no quarto dos outros?
- Bem, você disse que aceitaria tomar café da manhã comigo para conversarmos, e o hotel começa a servir o café às 6h00, mas eu não achei legal te acordar esse horário, então achei melhor dar um tempinho.
- Manuela vocês só espero 15 minutos, agora são 6h15 e eu vou matar você.
- Eu sei que você me ama amiga, mas agora vai trocar de roupa pra  irmos tomar o nosso lindo café, e termos nossa linda conversa.
Eu me arrumei bem rápido, e no percurso do meu quarto até o salão onde servem o café, eu contei para a Manu sobre a vinda dos meus pais e também sobre a minha briga com o Jan Pierre:
- Eu te avisei.
- Eu sei, eu sei.
Nós nos servimos e fomos para uma mesa, e a Manu nem esperou eu comer:
- Bom, Robe o que eu queria falar com você é que eu estou pretendendo ficar aqui em Nova York.
- Olha Manu, eu confesso que fico triste com essa sua decisão, mas se é o que você quer.
- Calma Robe, eu ainda não terminei, eu vou ficar aqui porque estou com um projeto de uma galeria de arte urbana, mas antes de poder iniciar, eu tenho que falar primeiro com a minha sócia.
- Nossa que legal, eu fico feliz por você Manu, fico feliz de verdade.
- E então?
- E então o que ?
- Você aceita ser minha sócia?
Quando a Manuela me perguntou isso eu quase engasguei com o suco:
- Eu? Sério? Ai Manu, mas é claro que eu aceito, nossa, vai ser uma honra.
- Pelo amor né Robe, você não achou que eu fosse te deixar fora dessa. Mas só tem um, porém, você vai ter que ficar aqui em Nova York.
- Amiga, ficar aqui em Nova York é tudo que eu mais quero, mas agora me conta mais sobre o andamento do projeto.
Enquanto nos íamos tomando nosso café, a Manu foi me contando tudo, ela me disse que estava sumida daquele jeito porque estava tendo varias reuniões com os seus advogados para conseguir os alvarás, ela me  disse também que já tinha conseguido o endereço, ela tinha comprado um lugar na quinta avenida, e eu fiquei logo empolgada porque esse endereço era o coração de NY. Ela tinha marcado uma reunião com alguns arquitetos e então nos fomos lá. A reunião foi bem longa, eles apresentaram vários projetos para a reforma da galeria, mas todos foram reprovados por mim e pela Manu, quando estávamos voltando para o hotel eu e ela começou a conversar:
- Bom já que vamos ficar aqui em NY, temos que arrumar uma casa ou algo do tipo.
- Eu já cuidei disso, falei com uma corretora para procurar alguns apartamentos no Upper East Side.
- Só que eu não quero morar no Upper East Side, eu já vou ter que pegar capital com o meu pai para poder entrar no negocio com você, não quero ter que pegar dinheiro também para comprar um apartamento de luxo.
- E onde você quer morar em minha filha?
- Eu estava pensando em algo como o subúrbio.
- Ahhhh mais eu não vou morar no subúrbio mesmo.
- Então você fica no Upper East Side e eu no subúrbio.
- E você esta achando que vai encontrar um apartamento legal lá? Porque você esta acostumada com uma casa grande e luxuosa.
- Eu quero uma coisa pequena, sem luxo nem nada do tipo, quanto mais simples melhor.
- Então amanhã vamos falar com a corretora.

Chegamos ao hotel e eu estava exausta, fui direto para o chuveiro e depois para a cama, e eu já estava quase pronta pra dormir quando recebi uma mensagem da minha mãe avisando que ela e meu pai chegariam amanhã.

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2015

Capitulo 14

                 
           
No e-mail minha mãe dizia que estava com saudade e que queria me ver, ela também perguntou em que cidade eu estava, porque queria me fazer uma visita, ou quem sabe até me levar de volta para o Brasil.
  Um lado meu queria ver a minha mãe e dar um abraço bem apertado nela, mas o outro lado sabia que essa saudade só iria durar poucos minutos, seria bom rever minha mãe, porém eu não queria discutir com ela e também não queria voltar para o Brasil, então eu não respondi o e-mail.
Eu não fiquei muito na rua, depois da minha discussão com o Jan Pierre não estava com cabeça pra ficar vagando por Nova York.
Cheguei ao hotel e fui para o meu quarto, dormi por algumas horas, e quando acordei já era fim de tarde e eu resolvi ir até o quarto da Manu para chamá-la para tomar café, mas ela não estava lá, então eu pedi serviço de quarto e fui comer sozinha, eu esta me sentindo tão deprimida e tão mal por ter discutido com o Jan que eu decidi ir acertar as coisas, mas antes de bater na porta eu consegui ouvir a risada da Frida de dentro do quarto, e então na hora me veio uma raiva tão grande mais tão grande que minha vontade era de pegar aquela garota e jogar ela da sacada do quarto. Eu voltei para meu quarto e fui assistir a um filme na televisão, quando o filme acabou fui tomar um banho porque tinha resolvido que não iria ficar no quarto, sozinha, eu queria sair e ver gente, tomei uma ducha rápida e me arrumei para sair, eu ia comer pizza, porque as pizzas nova-iorquinas são as minhas preferidas, mas parece que não foi só eu quem decidiu sair para jantar. Enquanto eu esperava o elevador chegar o Jan Pierre e a senhorita irritante chegaram e ela começou a falar comigo:
- Oi Roberta, nós estamos indo jantar em um restaurante francês aqui perto, resolvemos matar a saudade, quer vir junto?
O elevador chegou e nos todos entramos:
- Não obrigado, comida francesa tem me enjoado ultimamente, eu vou ficar na pizza que é mais segura.
- Nossa que chato, a culinária francesa é tão maravilhosa, mas curta sua pizza então.
- E eu espero que vocês se engasguem e morram.
Mas eu falei tão baixo que acho que só o Jan, que estava entre nós duas ouviu e fez uma cara de bravo, eu tenho que admitir a cara dele de bravo era boa, mas não melhor que a minha:
- Que?
- Nada, eu estava pensando alto aqui.
E ela sorriu para mim, quando o elevador parou na recepção, eu sai primeiro e consegui ouvir eles dois falando:
- Nossa,  Jan você nem falou com ela.
- As vezes a Roberta tem que levar uma dura.
- Eu sinto lhe dizer, mas a dura que ela deu em você foi melhor.
E eu fui me distanciando e não consegui ouvir mais nada.
 Peguei um taxi e cheguei à pizzaria, fiz o pedido e enquanto esperava, fiquei pensando em tudo, será que a Frida realmente merecia a minha raiva? Porque afinal de contas ela não tinha culpa de nada e sempre me tratou muito bem, eu também pensei no e-mail da minha mãe, porque eu realmente estava com saudades, e foi então que eu decidi responder o e-mail, dizendo que estava em Nova York, eu falei em que hotel estava hospedado e tudo mais.
Depois que eu comi minha pizza, resolvi voltar andando pro hotel, estava uma noite muito agradável e eu teria que caminhar só alguns quarteirões, quando eu cheguei ao hotel fui ver se minha mãe tinha respondido o e-mail, e lá estava ela dizia que em dois ou três dias ela e meu pai estariam aqui, também dizia que minha irmã não poderia vir porque já estava no colégio.
Eu já estava me preparando para dormir quando recebi uma ligação da Manu:
- Oi oi.
- Oi, por onde você andou o dia todo ?
- Estava resolvendo uns negócios, você já jantou?
- Já sim.
- Então amanhã você toma café da manhã comigo ?
- Sim, mas o que esta acontecendo? Você esta eufórica de mais.
- Você não quer me encontrar aqui em baixo?
- Ahhh não Manu, já estou quase pronta pra dormir.
- É que eu tenho que conversar com você.
- É coisa seria?
- Sim, muito.
- Alguém está morrendo?
- Pelo amor de deus Rode vem logo.
- Antes me responde alguém esta morrendo?
- Não, não tem ninguém morrendo, vai vir agora?
- Bom, se não tem ninguém morrendo então acho que essa coisa super importante pode esperara até amanhã, beijo Manu, até amanhã.
- Nossa Robe como você é preguiçosa.
- Boa noite Manu, beijo.
- Esta  bem, você venceu, até amanhã.

E assim ela desligou e eu fui dormir.

terça-feira, 3 de fevereiro de 2015

Capitulo 13

             - Bom dia, você esta bem ?
- Sim, estou.
- Você bebeu bastante ontem...
- Diferente da vez que eu bebi em Paris, eu me lembro de tudo.
Isso era mentira, eu lembrava de algumas coisas, mas não de tudo:
- Então você se lembra do cara no bar e de como... É... Você interagiu com ele?
Nesse momento eu perdi a paciência e explodi com ele:
- Qual é a sua?
- O... O quê?
- É, qual é a sua? Você esta aqui me julgando por ter flertado com o cara do bar ontem mas e você? Você com a Frida.
- Pera ai, você também não pode jogar nada na minha cara.
- Sim, eu posso, porque você me fez achar que estava afim de mim, e no final você simplesmente me chutou pra fora.
- Eu não te chutei pra fora, simplesmente desisti quando eu notei que não era recíproco.
- Reciproco, ahhhh pelo amor de deus, como você desiste fácil, e fora que em nenhum momento você me disse que estava afim. 
- Pelo amor de deus digo eu, Roberta, eu beijei você, eu me meti entre você e o seu ex, porra! eu me mostrei interessado desde o primeiro momento.
- ISSO! Você me beijou, mas depois fingiu que nada tinha acontecido!
- PORQUE EU NÃO ACHEI QUE VOCE ESTIVESSE AFIM!
- MAS EU ESTAVA!
E nesse momento alguém bateu na porta, e quando eu fui abrir vi que era do serviço de quarto, o Jan tinha pedido café da manha para nos dois, mas eu estava tão brava mais tão brava:
- Desculpe atrapalhar, mas temos um pedido de café da manha.
- Fui eu quem pediu, pode deixar ai, obrigada.
- Não, pode levar, eu vou tomar meu café em alguma cafeteria sozinha.
E eu peguei minha bolça e meu celular que estava na cama, e sai deixando o Jan Pierre com seu café da manhã lá.
Peguei um taxi e fui para o centro, onde tinha uma cafeteria que eu sempre ia com meu pai, eu estava pensando em como tudo na minha vida estava dando pra trás, a traição do Gabriel, as brigas com a minha mãe, e todo o resto. Eu resolvi dar uma olhada nos meus e-mails para ver o que tinha de novo, mas o único que eu acabei lendo foi um bem recente que era da minha mãe.

Capitulo 12

                 
E quando o Jan abriu a porta, a Frida estava lá de novo:
- Oi oi, eu e a Robe temos reserva para o jantar, vamos? E o convite vale também
para a sua amiga.
Eu fiquei um pouco chocada em vê-la pela segunda vez no quarto dele, e fiquei mais chocada ainda com o convite da Manu. O Jan olhou para a Frida e depois voltou sua atenção para a Manu:
- Bom, então nos encontramos lá em baixo daqui uns 15 minutos.
  Quando eles chegaram, e a Manu já estávamos na mesa e o Jan com toda a sua mania de cavalheiro puxou a cadeira para a Frida. Eu e a Manu só tínhamos pedido bebidas, ela estava tomando vinho branco, e eu como já sabia que a noite iria ser longa já tratei logo de beber uísque, e quando eles chegaram eu já tinha bebido duas doses:
- Caramba Robe que milagre você bebendo.
Eu dei um sorrisinho bem falso pra ele e estava me preparando para dar uma resposta, mas a Manu percebeu e me interrompeu:
- Então Frida, você é daqui mesmo?
- Na verdade eu sou da França, mas vim pra cá já faz alguns anos.
- E você também é do ramo da arte como o Jan?
- Não, eu sou jornalista, eu tenho uma coluna semanal no New York Times.
- E sem falar que ela é escritora.
O Jan era um grande puxa saco daquela insuportável, e eu juro que se não fosse o uísque eu não teria suportado:
- Nossa que legal, e você tem quantos títulos publicados?
- Na verdade eu não tenho nenhum, as editoras que eu mostrei os livros não se interessaram muito.
- Elas aconselharam a Frid a procurar um patrocinador ou algo do tipo.
Eu nem estava mais prestando atenção no que eles falavam na minha cabeça só vinha o quanto o apelido Frid era feio.
   Depois que já tínhamos comido e falado sobre a Frida eu sugeri irmos para um barzinho que ficava em frente ao hotel, e todos aceitaram, eu já fui chegando e pedindo uma dose de tequila, que imediatamente se misturou com o uísque e subiu para a cabeça.
Estávamos todos sentados em uma mesa, falando sobre alguma coisa que eu nem prestei atenção porque estava mais interessada no cara gato que estava flertando comigo do balcão do bar:
- Já volto.
- Aonde você vai?
Eu já estava de saco cheio das perguntas do Jan, e desta vez eu não iria me controlar. 
- Vou tomar uma bebida com aquele cavalheiro ali.
- Você não acha que esta bêbada de mais  para isso ?
- Com tanto que eu não acorde na cama de um francês cretino, eu vou ficar bem.
Essa indireta foi bem direta, porque até é Frida percebeu.
Fui até bar e fiquei lá com o cara que se chamava Tom, ele me pagou várias tequilas, até que a Manu foi lá me buscar para voltarmos para o hotel.
Ela tinha um compromisso bem cedo no dia seguinte e não iria dormir no hotel, e então ela entregou o cartão reserva do meu quarto para o Jan, pra ele ir ver como eu estava durante a noite ou algo do tipo. Eu me lembro de ter visto a Frida entrar em um taxi e a Manu subiu até o quarto dela pera pegar algumas coisas, e eu fiquei no meu quarto a noite toda.
No dia seguinte eu tinha acabado de sair do banho quando o Jan entrou no meu quarto para verificar se eu estava bem.

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2015

Capitulo 11

                   - Nossa como eu amo Nova York, se eu tivesse que escolher um lugar no mundo para morar, eu escolheria Nova York, tudo aqui é tão maravilhoso.
- Pensei que você prefira Paris, sabe, por você ser artista plástica, e lá ser praticamente uma grande galeria a céu aberto.
- Mas aqui também é assim
- Mas eu acho que Paris tem um pouco mais de classe, aqui é tudo muito urbano.
- A arte urbana é a que mais me impressiona.
   Não demorou muito tempo e voltamos para o hotel, nos despedimos e entramos cada um em seu quarto, eu entrei e logo fui para chuveiro, não parava de pensar em como eu e o Jan combinávamos, e então me veio na mente a conversa que eu tive mais cedo com a Manuela, será que eu e ele daríamos certo ou será mesmo que um amor a distância não iria funcionar para mim? Bom, só tinha uma forma de saber que era tentar.
  Imediatamente sai da cama onde eu estava sentada, e fui ate o quarto dele, eu não entrei de imediato e antes que eu pudesse bater eu ouvi uma voz lá dentro, e minha reação foi encostar o ouvido na porta para tentar ouvir alguma coisa, mas tudo o que eu consegui foram ruídos de conversas, e foi só quando eu escutei uma voz de mulher que eu tive coragem de bater na porta, ele abriu bem rápido, achei ate que eles estivessem esperando alguma coisa, talvez serviço de quarto.
Ele estava sem camisa em frente à porta, e na cama tinha uma mulher com uma taça de vinho na mão:
- Ai, desculpa, eu não... Eu não sabia que você estava ocupado, eu... Eu volto mais tarde.
Eu estava usando todas as minhas forças para focar no rosto dele, e ignorar totalmente aquele tanquinho ali exposto:
- Não, imagina você não está atrapalhando, Frida essa aqui é Roberta e Robe essa aqui é a Frida.
Ele nos apresentou, mas eu continuei sem entrar no quarto:
- Então, é, Jan eu vim aqui para te chamar para uma exposição de arte urbana que vai ter no Brooklin amanhã.
Eu fiquei esperando que o Jan respondesse, mas quem respondeu foi a Frida:
- Que pena, mas amanhã não da, ele tem um compromisso comigo.
- Ahh, então tudo bem, boa noite, e desculpa ter incomodado.
Ele também disse boa noite e fechei à porta, eu percebi o que estava acontecendo, eu estava sobrando na história, outra vez.
   Quando eu acordei, estava decidida que não deixaria a ausência do Jan me impedir de ir à exposição. Aproveitei o dia para dar umas voltas pela cidade, parar em algumas galerias de arte, mas mesmo tentando manter os pensamentos longe dele, eu não conseguia, pegava o celular a todo o momento para ver se o Jan tinha me ligado, ou mandado um torpedo, mas infelizmente ele não havia  me dado nenhum sinal.
Eu passei o dia sozinha vagando pelas ruas de Nova York, até que eu vi que eram quase 18h20min, e então fui para o hotel tomar um banho e ver se os meus vizinhos.
De quarto queriam jantar, quando estava procurando o cartão do quarto em minha bolça para abrir a porta, a Manu saiu do elevador e veio em minha direção:
- Oi, não te vi hoje, bati no seu quarto para te chamar pra almoçar, mas você não estava.
- Eu acordei mais cedo hoje, tinha uma exposição para ver.
- Bom, já que eu não te achei pro almoço, eu fiz reserva para eu, você e Jan aqui no restaurante do hotel, se arruma que eu passo na sua suíte daqui 30 minutos, ai nós vamos chamar o Jan.
Eu concordei e ela saiu saltitante. Eu entrei na suíte e fui direto pro chuveiro, como eu não tinha visto o Jan o dia todo, eu caprichei um pouco mais no visual, estava usando um vestido azul escuro de alcinha, era rodado e tinha uma barrinha de renda branca, como eu estava cansada por ter andado o dia todo, preferi usar uma sapatilha, quando a Manu bateu na porta eu estava terminando a minha básica maquiagem:
- Pronta?
- Quase, só estou terminando minha maquiagem.                   
- Vamos rápido ai Cinderela, ainda temos que chamar seu príncipe.
Eu ignorei o comentário, e terminei de passar meu batom.
Nos duas estávamos na frente da porta do quarto do Jan esperando ele abrir. E mais uma vez a cena se repetiu.

Capitulo 10


Assim que eu acordei, imediatamente virei para o lado e foi então que vi o Jan no sofá com um notebook no colo, e ele começou a falar:
- Bom dia.
- Bom dia, o que... Eu e você... É...
- Não, não aconteceu nada, eu dormi no sofá, a Manu saiu com o cara do bar, ai eu te levei para o hotel mas você não sabia onde estava o cartão para abrir a porta e como você estava completamente bêbada ninguém queria me dar a chave porque só quem pode pegar a reserva é ou você ou a Manu, e você não estava em condições.
- Ai que alívio, por um momento eu achei que tinha te atacado ou coisa do tipo.
-Não, nem isso e nem nada aconteceu, apenas dormimos, eu aqui no sofá e você ai na cama.
Eu estava morrendo com a ressaca, e então o Jan me trouxe um café e ficou na cama bem na minha frente, e o papo começou a fluir, eu gostava tanto de falar com ele, que poderia ficar ali por horas, tudo estava maravilhoso:
- Até que dia vocês pretendem ficar aqui em Paris ?
- Não sei, talvez mais uns dois dias ou uma semana.
- Ahh, é que eu tenho que visitar uma amiga em Nova York, a Manu me disse que lá seria a próxima parada de vocês, e estava pretendendo esperar, mas eu tenho que sair amanhã.
- Então partimos amanhã.
- Não sei se a Manu vai querer ir assim de imediato.
- Desde o inicio da viajem ela queria ir para lá, parece que ela tem uns negócios para resolver em Nova York.
Eu fiquei lá deitada na cama conversando com o Jan por horas, até que eu me dei conta do horário, e com muita relutância sai da cama dele e voltei para o hotel, quando eu cheguei a Manu estava saindo do banho, e enquanto ela escolhia uma roupa na mala, eu contei para ela sobre anteciparmos a ida para Nova York, e como eu havia previsto, ela topou na hora, imediatamente eu mandei uma mensagem para o Jan, que me respondeu também muito rápido:
- O Jan está nos chamando para jantar.
- Ótimo! Estou morta de fome.
Passado algumas horas, ele chegou ao hotel para nos pegar.
O jantar foi maravilhoso e passou tão rápido que eu mal percebi o Jan como um perfeito cavalheiro nos deixou no hotel, onde eu e Manu ficamos:
- Temos que dormir cedo, porque vamos encontrar o Jan no aeroporto amanhã. 
  Nós o encontramos no aeroporto, depois de comprarmos nossas passagens fomos direto para o embarque. Como  de costume eu dormi a viajem toda e só acordei quando chegamos em Nova York, nós nos hospedamos em quartos vizinhos, desta vez a Manu achou melhor não dividirmos quartos, porque ela tinha uma "amizade colorida" com um americano, e gostaria de um pouco mais de privacidade, então eu fiquei com o quarto do meio, quando estava desarrumando as minhas malas, a Manu chegou e se sentou na cama:
 - Robe vem aqui, vamos conversar.
O tom de voz dela estava serio, e ela nunca tinha me chamado para conversar antes, então eu caminhei até a cama e me sentei ao seu lado:
- O que foi? Esta tudo bem?
- Robe, desde a nossa primeira parada em Paris, quando você conheceu o Jan, eu percebi que rolou uma química entre vocês, mas como nós ficamos pouco tempo eu não estranhei, mas Robe, quando o Gabriel te mandou aquele e-mail dizendo que queria te encontrar lá em Paris, você ficou empolgada não em resolver as coisas entre vocês, mas sim em encontrar o Jan novamente, e amiga eu estou com medo por você.
- Medo de quê?
- De que você quebre a cada de novo, da para ver na maneira como vocês olham um para o outro que o que vocês sentem é intenso, um está se apaixonando pelo outro, e você acabou de sair de um relacionamento complicado e tudo mais, eu sei que o Jan é um príncipe encantado só que ele mora em Paris, e você em São Paulo, a distância é muito grande então não sei se você nesse momento aguentaria um relacionamento à distância, acho que vocês deveriam esclarecer tudo enquanto ainda da.
- Eu sei Manu, mas pode ficar tranquila.
   Eu já estive em Nova  York outras vezes mas mesmo assim eu ainda queria dar uma volta, e então fui chamar o Jan, nós demos uma volta pelas ruas e por fim paramos em uma barraquinha para comer.

                    




Capitulo 9

                 
- Nossa senhora que café mais demorado.
- É que nós viemos andando.
- Esta bem, mas em fim, vamos? Eu quero descansar, coisa que nem eu e nem você fazemos faz tempo.
   Nós duas nos despedimos do Jan e fomos para o hotel, eu não contei nada para a Manu sobre o beijo e nem nada a respeito.
   Nós tomamos café da manhã junto com o Jan, e depois fomos os três fazer um passeio, aparentemente estava tudo normal, ele não tocou mais no assunto e então nem eu, ele estava me tratando normal, até que a Manu me fez uma pergunta:
- Rode, você vai encontrar o Gabriel que horas?
- Daqui a pouco.
- Pera ai, você ainda vai encontrar esse cara?
- Sim, eu vou.
- Para que? Você sabe que ele não vai te contar nenhuma verdade, então não vejo motivos para você ir nesse encontro.
- Desta vez é diferente Jan, não tem mais nenhuma chance dele me fazer de idiota.
- Tudo bem, então eu vou com você.
- Não, não precisa.
- vocês vão continuar com essa ladainha?
- Não Manu, eu vou sozinha,  e quando eu voltar nos encontramos no hotel?
- Sim, ai poderia ir naquele barzinho mexicano em que fomos da outra vez.
  E então todos concordaram, eu observei que o Jan ficou me olhando diferente, mas mesmo assim eu fui sozinha, quando eu cheguei lá, o Gabriel já estava sentado no banco me esperando:
- Oi Rober...
- Nem se de ao trabalho de levantar, eu vim aqui esclarecer uma coisa pra você, eu e você terminamos, porque eu não sei se você está lembrado mais te flagrei na banheira com uma menina bem mais nova que você, então o único culpado aqui é você, eu não quero mais receber nem se quer um sinal de fumaça seu, você não tem que ficar me mandando e-mails e nenhum outro tipo de mensagem, a partir  de hoje você não passa de um mentiroso, no qual eu só quero distância.
- Esse seu namorado fez a sua cabeça contra mim direitinho em.
- Ninguém precisou fazer isso não, você mesmo já fez.
- Roberta, por favor....
Antes mesmo de o Gabriel pensar em terminar a frese, o Jan chegou e olhou para mim:
- Amor você já falou o que tinha que falar com esse cara?
- Sim, eu já terminei minha conversa com ele.
- Então você concorda que não ha necessidade de ficar aqui escutando o que ele diz ?
- Sim, eu concordo com você.
Ele entrelaçou os seus dedos com os meus e assim saímos de mãos dadas, deixando o Gabriel, lá sozinho, desta vez o Jan não me largou, mesmo quando já tínhamos saído do campo de visão do Gabriel:
 - Não me odeie, foi a Manuela quem pediu para eu vir te buscar. Ela já está nos esperando no barzinho.
- Eu jamais poderia odiar você.
E assim continuamos andando de mãos dadas. Conversávamos e riamos, quando em fim chegamos a nosso destino. Assim que entramos no bar, a Manu já estava nos esperando com uma garrafa de tequila ouro em cima da mesa:
- Hoje Roberta, nos só vamos sair daqui depois que você estiver bêbada e eu ter ficado com aquele garçom gatinho.
- Então abra logo a tequila e vamos ficar todos bêbados.
- Nada disso, a única pessoa desta mesa que vai ficar bêbada é você.
  E meia garrafa de tequila depois eu ja estava completamente bêbada.
Eu não  me lembro bem do que aconteceu na noite passada, mas eu me lembro muito bem onde eu estava quando acordei, ou melhor, com quem eu estava.



Capitulo 8

Assim que nós saímos do aeroporto a Manu me chamou para conversar:
- O que você pretende fazer ?
- Eu não sei, agora no momento eu estou tão consumida pelo ódio que estou sentindo daquele mentiroso desgraçado que eu só quero rasgar a garganta dele com minhas unhas.
- Gostei, mas isso seria burrice, temos que pensar um uma maneira de enganar ele para ele mesmo se enforcar. Vamos nos hospedar no mesmo lugar que da outra vez e pensar no que fazer.
- Eu estou com tanto ódio que não conseguiria me concentrar em nada.
- Ahhh mais eu sei muito bem o que pode te fazer ficar concentrada.
E depois de fazer as reserva no hotel, a Manuela me levou para a galeria de arte do Jan, que na parte de cima tinha um ateliê onde ele estava me esperando para pintar:
- Olá Roberta.
- Oi Jan, eu não disse que voltaria.
- Que bom, porque eu sonhava com você todas as noites, sonhava em quando teria a honra de pintar ao seu lado.
- Bom, parece que seus sonhos foram atendidos, e desta vez vamos pintar juntos.
   E então veio o Jan, com seu jeito charmoso e encantador e passou os braços pela minha cintura para poder amarrar o avental em mim, depois retirou com toda a delicadeza os cabelos da minha nuca do caminho para deixa-la livre para terminar de amarrar, e naquele exato momento minha mente e meu subconsciente eliminaram todos os vestígios do Gabriel, e no lugar plantaram o lindo sorriso daquele francês. Já estávamos naquele ateliê ha horas quando ele simplesmente virou para mim:
- Estou um pouco cansado, poderíamos fazer uma pausa para tomar um café, o que acha?
- Acho uma ideia fantástica.
E da mesma maneira que ele colocou meu avental, ele também o tirou, Jan  era tão cavalheiro que também me ajudou a colocar meu casaco. Fomos para o café, e na volta estávamos conversando:
- Você pretende ficar muito tempo aqui em Paris?
- Ainda não sei, talvez por volta de uma semana.
- Nossa menos do que da outra vez.
- É, eu vim mesmo para resolver um problema antigo meu.
- E porque não resolveu da outra vez em que esteve aqui ?
- Porque o meu problema só veio para Paris agora.
- Pode me contar que problema é esse ?
- É uma longa historia.
- Então que bom que ainda temos um longo caminho pela frente.
E foi assim que Jan Pierre ficou sabendo que eu era uma chifruda de carteirinha:
- Esse cara é um babaca, onde já se viu trair uma mulher espetacular como você?
- Pois é.
- Mas uma coisa eu realmente não acho justo.
- E o que é?
- Você me iludiu, eu aqui achando que você veio para cá para me ver, quando na verdade você veio foi atrás de um perfeito idiota.
Não deu tempo nem de eu rir, porque quando eu e Jan estávamos virando a esquina, demos de cara com o Gabriel, que imediatamente parou, e eu e Jan também, e então ficamos ali, de frente um para o outro:
- Berta, você veio me encontrar? Então vejo que recebeu meu e-mail.
Eu nem precisei dizer para o Jan quem era  aquele, ele percebeu logo de cara.
- Na verdade ela não veio te encontrar não e também não recebeu nenhum e-mail seu, ela esta aqui por mim.
- E quem é você, posso saber ?
- Desculpe minha falta de educação, meu nome é Jan Pierre e eu sou o namorado da Roberta.
E nesse momento o Jan passou as mãos pela minha cintura de forma que nossos corpos ficassem colados:
- E você quem é?
- Eu sou o Gabriel, você já deve ter ouvido falar muito de mim, tanto que está até fingindo namorar ela.
E então nesse momento eu senti o Jan me trazendo mais perto de si: 
- Isso aqui parece fingimento paravocê? 
E me deu um beijo. Eu fui pega completamente de surpresa, e de certa forma o Gabriel também.:
- Acho que as coisas ja estão claras, eu e minha namorada nao temos mais nada para fazer aqui. 
Voltamos para nos encontrar com a Manu, e durante todo o percurso o Jan e eu fizemos de maos dadas, sem fazer nenhum comentário sobre o beijo.  

Capitulo 7



O nome dela era Valentina, e eu a chamei para tomar um café, não disse o que queria, mas disse que tinha uma coisa muito importante com a qual ela poderia me ajudar, quando eu falei isso pra Manu ela no mesmo momento baixou a Liss e se revoltou:
- Eu tenho uns contatos aqui em Paris, nós podemos sequestra-la, talvez quebrarmos as pernas dela, o que você acha?
- Não precisa chamar os seus contatos, não vamos fazer nada contra ela, só conversar, e talvez na época em que isso a aconteceu não soubesse que ele estava namorando comigo.
Nós ficamos esperando ela em um café no  aeroporto por alguns minutos:
- Então vocês têm 30 minutos até eu embarcar no próximo avião.
- O que eu tenho para falar com você é rápido, como eu disse no avião, nós duas conhecemos um homem, o nome dele é Gabriel Ralen, eu queria saber quando foi a ultima vez que vocês se encontraram.
- Sim, nossa, eu conheço ele, nos temos uma coisa, eu encontro ele toda a vez que eu vou para o Brasil, e isso acontece em media uma vez por mês ou mais.
- E há quanto tempo vocês mantêm essa relação?
- Faz quatro anos, nos conhecemos em um voo para o Canada, ele com todo aquele charme, me conquistou na hora. E desde então mantemos nossa relação. Sempre que ele sai do Brasil, me liga para avisar e ver se tem como nos encontrarmos.
Aquelas palavras me atingiram como um soco no estômago, e eu queria sair dali e ir chorar no banheiro, mas não podia, ainda tinha uma pergunta para fazer, mesmo que me torturasse ainda mais:
- E quando foi a ultima vez que ele te ligou para marcar um encontro?
- Bem, eu recebi um torpedo dele esses dias, dizendo que estaria em Paris durante uma semana, ele me disse que chegaria daqui dois dias, que estaria hospedado no hotel de sempre.
- Obrigada, você me ajudou muito.

Eu comecei a fazer as conexões, se Valentina e Gabriel estão juntos ha quatro anos, o Gabriel mentiu para mim, e ele a chamou para o hotel em que estava hospedado, então ele é um grande filho da puta, e eu estava com tanta, mais tanta raiva que o que mais queria era encontrar ele. 

Capitulo 6

No e-mail o Gabriel dizia que queria me encontrar, que não conseguia parar de pensar em todos os momentos que nós vivemos e que ele estava realmente arrependido do que tinha feito, tudo o que ele disse  naquele dia no café em frente ao ateliê era mentira, também disse que estava disposto a esquecer tudo se eu também esquecesse. No final do e-mail ele dizia que queria me encontrar em Paris, que ficaria me esperando lá por 3 dia, porque ele estava em uma viajem de negócios e não poderia ficar mais do que isso. Por incrível que pareça tudo que ele me disse no e-mail fazia sentido. Ele parecia realmente estar bem arrependido de tudo que tinha feito. E eu queria ir para Paris, eu realmente queria.
    O Otavio estava sendo super  hospitaleiro, mas nem eu e nem a Manu queríamos abusar, então ficamos apenas dois dias, e partimos para Paris. Quando eu contei para a Manuela que queria voltar para Paris ela não se opôs, mas quando eu contei o motivo ela queria me matar:
- Roberta eu não estou acreditando nisso, depois de tudo o que aquele cara fez pra você, todas as traições e mentiras, você ainda esta indo encontrar ele pra dar uma segunda chance? Pelo amor de deus, se fosse eu, ele já não tinha mais nenhum dente na boca.
- Calma Manu, eu ainda não decidi se vou perdoar ele.
- Se você não fosse perdoar não estaria indo pra Paris. Pelo amor de deus Roberta, acorda, você só pode ser burra, parece que  gosta de sofrer.
- Eu ja disse que não sei se vou perdoar ele que saco.
 Estávamos andando em direção ao balcão para entregar nossas passagens para a aeromoça quando eu percebi o nome no crachá, e então rapidamente me veio a  conexão de onde eu ja tinha ouvido aquele nome:
- Oi, desculpa, mas eu queria saber se você vai embarcar conosco para Paris?
- Sim, eu faço parte da equipe de bordo.
- Ahh, obrigada.
Quando o avião decolou  eu fui falar com a aeromoça, perguntei o nome dela e foi só então que  eu tive certeza de que ela era uma das mulheres com que o Gabriel já teve um caso.

Capitulo 5

                                       

A Manu queria ir para Veneza por um motivo, seu primo Otavio, ele é filho de italianos, mas nasceu na Holanda como a maior parte da família, a Manu me contou que ele tinha vindo para Veneza pra montar uma agência de gôndolas, e que 95% dos famosos barquinhos que circulam no canal da cidade eram de Otavio.
Desta vez nós nem precisamos ir à busca de um hotel, ficamos hospedadas na casa dele.
Logo que chegamos Otavio já tratou de reservar a melhor gôndola para nos proporcionar um tour, e então foi ai que eu e Manu encontramos um ex-namorado dela, não o que tinha levado a surra, outro no qual o nome de mafioso era Jeff, ele queria fazer negocio com a Manu. Eu peguei a conversa pela metade, mas consegui entender que ele queria virar o transportador oficial dela em Amsterdã:
- ....  liss, você sabe que eu não sou de dar mancada, aqui você pode confiar.
- Você sabe que eu prezo a confiança, mas também não é só isso, eu vou direto ao ponto, em relação aos lucros, se eu fechar com você o transporte, qual o lucro que eu vou ter de vantagem?
- Você sabe como funciona, você vai passar a ganhar 38% mais do que você esta recebendo agora, e fora que você ja me conhece, sabe como eu trabalho.
  Ela ficou um tempinho pensando e olhando para mim, como que se perguntando o que eu achava que ela deveria fazer, então eu dei minha opinião:
- Eu não sei muito sobre plantação ou distribuição de maconha, mas 38% a mais de lucro me parecem um bom negocio.
- Então Jeff, fechamos negocio, mas ainda assim eu vou querer um relatório mensal e farei visitas surpresas para  você.
- Sem problemas.
- E lembre-se do que acontece com quem tenta me passar a perna.

Depois que saímos desta inusitada reunião de trabalho, fomos direto para a casa do Otavio, e assim que chegamos eu fui checar meus e-mails, coisa que desde que eu sai do Brasil não fazia. Espantei-me com a quantidade de e-mail deixado pela minha família e pelo Gabriel. O primeiro que eu abri foi o mais recente, que ele tinha deixado exatos 43 minutos, e nele meu pai perguntava como iam as coisas, que lugares eu já tinha ido, em qual eu estava e qual seria o próximo, ele também pedia para eu mandar noticias e que minha mãe estava enlouquecida com tudo isso, e ele me orientava a não responder nenhum e-mail dela e nem da minha irmã. Depois de responder para o meu pai eu fui abrir o do Gabriel, que era o segundo da minha caixa de entrada e confesso que fiquei muito surpresa com o conteúdo, e com as coincidências.

Capitulo 4

                          



Nós estávamos chegando em Sydney e eu  ainda estava com a mente em Paris:
- Você esta pensando em que?
- Estou pensando em nossa próxima parada.
- Eu sei muito bem em qual parada você esta pensando, e ela tem nome e sobrenome.
- É, acho que tem mesmo.
Eu estava com o pensamento longe, pensando na maneira como o Jan invadiu a minha mente sem que eu tivesse chance de controlar.
    Depois que saímos do hotel onde estávamos hospedadas eu ainda estava com a cabeça em Paris:
- Robe, você vai aterrissar ou está difícil? Eu sei que você está apaixonadinha pelo carinha de Paris, mas eu já estou cansada de falar sozinha.
- Primeiro eu não estou apaixonadinha por ninguém, e segundo minha mente não esta em Paris e sim em nossa próxima parada.
- Hum, sei.
- Eu estou falando sério, não estou apaixonada, e vamos mudar de assunto.
- Por que você não gosta de falar da sua vida amorosa ?
- Porque como dizem "eu tenho mais hematomas do que eu te amos". Mas vamos mudar de assunto.
- Eu só tive meu coração partido uma vez, eu estava visitando um fornecedor, quando vi o carro do meu ex, parado na rua, então eu notei um certo movimento no carro, andei até lá e ele estava pelado em cima de uma garota no banco de trás, quando ele me viu, imediatamente vestiu as calcas e a camisa e veio atrás de mim, eu fui andando em direção a um beco onde estavam dois capangas meus, eles estavam me  esperando, eu simplesmente mandei  eles pegarem o meu  ex  e darem uma bela surra, onde quebraram 4 costelas e o nariz , deslocaram um ombro, e arrancaram 3 dentes, e fora todos os milhares de pontos que ele levou em todo o corpo, e fora que todos os dias eu ia lá no hospital fazer uma visitinha e ver a cara dele de pavor.
- Mas e ai? O que aconteceu depois? Ele falou pra alguém que foi você quem fez isso?
- Depois que ele saiu do hospital, foi falando pra toda a cidade que ele tinha sofrido um acidente de carro.
- Mas e você ?
- Eu desmenti e disse que eu tinha sido a responsável.
- Às vezes eu esqueço que você tem sangue de mafioso nas suas veias, então quando você me conta essas barbaridades me assusto.
  Ficamo-nos apenas 4 dias em Sydney, apesar da cidade ser linda e de eu amar coalas, tivemos que ir para o próximo destino, que por mais  que pareça esquisito voltamos para a Europa.
 Estávamos partindo para Berlim, onde conhecemos em uma balada alternativa uma Alemã tatuadora muito maluquinha, seu nome era Melindra, mas ela preferia ser chamada de Mel, no segundo dia de amizade a Manu já  tinha feito duas tattoos, enquanto eu ainda estava criando coragem para fazer a minha primeira:
- Pelo amor de deus Robe eu já fiz duas e você ainda não tomou coragem para fazer uma super simples no pulso.
- Eu não tenho uma tolerância muito boa a dor.
- Ro, eu estou nesse ramo faz anos, pode confiar em mim.
 Depois de tanto ouvir as duas resmungando sobre a minha falta de coragem, finalmente resolvi fazer a tattoo. Ela era bem simples, era apenas o contorno de todos os países do mundo no pulso, ela não era colorida nem nada, realmente simples, e para mim simbolizava o meu mochilão, ou seja, as minhas novas historias e uma nova fase na minha vida. Depois que eu fiz a tattoo, fomos para uma balada, na qual tanto Manu quanto Mel, estavam completamente bêbadas, e já tinham pegado vários, enquanto eu, continuava sentada em um dos sofás de couro branco que tinha entre a pista de dança e o bar.
Já eram quase 6 da manhã quando chegamos ao hotel, eu e Manu entramos para o nossos quartos e Mel foi para sua casa que ficava exatamente ao lado. O dia seguinte era o nosso ultimo na cidade então fomos tomar café às três juntas, e as duas alcoólatras estavam tentando curar a ressaca.
- Eu ainda não acredito que você nem bebeu e nem pegou ninguém.
 As duas estavam indignadas com o fato de eu ter ficado sóbria.
- Ela está apaixonadinha por um cara que  conhecemos em Paris.
- E por isso não pode pegar ninguém ?
- Não, porque ela acha isso sacanagem, é "como se fosse uma traição"
- Da para as duas pararem de falar da minha vida como se eu não estivesse aqui bem ao lado? E não, eu não estou apaixonada por ninguém esta, e vamos mudar de assunto.

E assim foi, ficamos ali naquele café por algumas horas, rindo e falando bobagem, até eu e Manu termos que partir para nosso próximo destino, Veneza.

capitulo 3

- Eu nem me apresentei, meu nome é Manuela
- O meu é Roberta.
- Prazer Roberta, você já conhece a cidade?
- Na verdade essa é a primeira vez que eu venho para cá.
- Então você acabou de ganhar um tour completo, venha comigo.
  Como eu queria novas histórias simplesmente paguei meu café e a segui, como na Holanda o principal meio de transporte é a bicicleta nós alugamos umas e fomos pedalando:
- Quanto tempo você pretende ficar na cidade ? 
- Ainda não sei, na verdade eu nem sei qual será meu próximo destino depois daqui, estou em um mochilão.
  Conforme nos íamos pedalando, eu comecei a notar que as pessoas olhavam para ela de diferentes formas, umas com medo, outras com respeito, mas uma coisa, ambas faziam, abriam espaço para nós duas passarmos:
- Você é algum tipo de celebridade ou coisa do tipo ?
- Pode-se dizer que sim. Digamos que minha família é bem influente e respeitada.
- Poderia ser mais especifica, por favor?
- Você deve saber que a maconha aqui é liberada certo ?
- Sim.
- Então, eu sou a traficante com mais influencia de todo o pais. Minha família é da máfia italiana, ou seja, ninguém aqui é maluco o suficiente para tentar me contrariar.
  Minha primeira reação foi de estranheza, pois eu jamais pensaria que um dia conheceria uma traficante mafiosa, e também porque ela não tinha cara de que era a manda chuva do trafico holandês.
- Então eu deveria temer você ?
- Você veio  para cá com a intenção de traficar ou de tentar me matar?
- Não, como eu disse, eu vim para cá procurando  novas historias e experiências.
- Então você não deve temer nada. Pelo contrario, enquanto você estiver ao meu lado, vai estar mais segura do que em qualquer outro lugar.
 Eu confesso que estava assustada com toda aquela situação, mas naquela altura  dos acontecimentos eu já não me importava mais, e a Manuela em momento algum me vez achar que deveria ficar com medo. Nós duas fizemos um passeio maravilhoso pela cidade, ela me mostrou os principais pontos turísticos e tudo mais, e então resolvemos parar para almoçar:
-Onde você esta hospedada?
- Eu estou ficando naquele hotel em frente aquela cafeteria.
 - É um bom hotel. Você parece ser bem culta, qual sua profissão la no Brasil?
- Eu sou sócia do meu pai em uma galeria de arte, onde eu exponho tanto os meus trabalhos quando de outros artistas.
 E assim nós fomos nos dando bem por dias, parecíamos amigas de infância e eu levei uma grande surpresa quando ela me disse que queria seguir o mochilão comigo        
e ja estávamos tão intimas que eu não tive como negar.
   Nossa próxima parada foi em Lisboa, depois Moscou, Londres, Praga e Mumbai, e tudo no mesmo esquema, nos chegávamos, nos hospedávamos em um hotel barato, ficávamos alguns dias e partimos para a próxima capital, conhecíamos pessoas novas e tudo mais,  já estávamos em 2 meses de viajem, quando fomos para Paris, e obviamente eu quis ir em todos os museus e galerias, e foi assim que eu conheci o  Jan Pierre, um charmoso filho de um casal de brasileiro e com um português misturado com um sexy sotaque francês pelo qual fiquei encantada assim que ouvi, ele tinha uma melodia e um carisma que eu nunca vi em um homem antes.
 Jan foi muito doce e gentil, tanto comigo quanto com a Manuela, jantamos quase todos os  dias com ele, as vezes só nós dois, as vezes com a Manu junto, mas infelizmente tínhamos que ir, ja estávamos muito atrasadas com a viajem, então seguimos para o nosso próximo destino, assim deixando para traz o encantador e apaixonante Jan Pierre.

Capitulo 2

  Eu levantei da penteadeira e desci as escadas para ir falar com meu pai sobre as mudanças que eu pretendia fazer em minha vida, mas consequentemente dei de cara com a minha mãe que não parecia estar nada contente:

- Roberta, eu tenho que falar com você imediatamente, venha comigo.
 E eu não tive muita escolha a não ser segui-la  até a biblioteca, onde depois que eu entrei ela trancou a porta :
- O Gabriel acabou de nos ligar.
- E o que eu tenho a ver com isso ?
- Ele queria saber se o fato de você ter terminado o namoro de vocês iria interferir nos negócios dele com seu pai, ou no modo como nossa família o trata.
- E o que você disse para ele ?
- Eu disse que convenceria você a voltar com ele, imagina só se essa história vasa e a imprensa interpreta essa briguinha de vocês como um término definitivo? Já estou até imaginando os tabloides das colunas sociais "Casal modelo se separa". Pense só em como isso poderia nos atingir? Só de pensar nisso já me da urticária. Mas voltando ao assunto, o Gabriel está esperando uma ligação sua, para vocês...
     Naquele momento eu percebi que se queria realmente mudar minha vida eu teria que me impor e mostrar que não iria mais abaixar a cabeça pra ninguém, muito menos para as futilidades da minha mãe maluca, então foi aí que eu me rebelei:
- Só que se você está achando que eu vou  voltar com ele você está muito enganada, eu estou farta de ser controlada e manipulada por todos, e você tem que rezar muito para eu não escrever uma nota pessoalmente sobre o término do meu namoro, e contar realmente o que aconteceu, ai sim você vai ver os tabloides das colunas sociais dizendo "Casal modelo se separa depois da artista plástica pegar o empresário nu na banheira com uma garota 18 anos".
- Roberta não...
- Ahh cala a boca mãe, eu vivi minha vida inteira paparicando vocês todos e colocando as necessidades de vocês sempre à frente da minha, mas agora chega! Eu quero viver a minha vida.
    E assim eu passei por ela, destranquei a porta e deixei-a lá, sozinha. Eu confesso que no momento em que sai daquela sala  me senti mais leve. Eu entrei no escritório do meu pai e me sentei na cadeira em frente à mesa onde ele estava:
- Oi filha.
- Oi pai, você já está sabendo do meu término com o Gabriel?
- Sim, ele me ligou mais cedo querendo saber se isso afetaria os nossos negócios. Então eu  disse para ele que iria falar com você antes de dar minha resposta, mas eu não preciso  eu sei que se você não quis continuar seu relacionamento com ele é porque finalmente percebeu que ele não era bom para você.
- E isso quer dizer que você não vai mais  fazer negocio com ele?
- Muito pelo contrário, ele era um péssimo namorado, mas é muito bom em relação aos negócios. Mas não é por isso que estamos tendo esta conversa não é? 
- Na verdade não, eu queria pedir seu apoio, tanto psicologicamente quanto financeiramente para fazer um mochilão por lugares em que eu  sempre quis ir  mas nunca tive coragem.
- Você tem o meu apoio.
      No dia seguinte eu acordei cedo e fui atrás de tudo para poder fazer minha viagem, e no outro dia eu já estava embarcando com destino a Amsterdã. Eu cheguei lá e fui logo procurar um lugar para passar a noite. Assim que eu encontrei um hotelzinho barato, fui a uma cafeteria, e quando eu estava sentada  no balcão, tomando um café e estava conversando com a barrista quando uma mulher loira que estava ao meu lado se virou:
- O que você esta procurando aqui em Amsterdã?
- Estou buscando historias novas.
- Então você deu sorte, porque se alguém nessa cidade pode te proporcionar isso sou eu.