E quando o Jan abriu a porta, a Frida estava lá de novo:
- Oi oi, eu e a Robe temos reserva para o jantar, vamos? E o
convite vale também
para a sua amiga.
Eu fiquei um pouco chocada em vê-la pela segunda vez no
quarto dele, e fiquei mais chocada ainda com o convite da Manu. O Jan olhou
para a Frida e depois voltou sua atenção para a Manu:
- Bom, então nos encontramos lá em baixo daqui uns 15
minutos.
Quando eles chegaram,
e a Manu já estávamos na mesa e o Jan com toda a sua mania de cavalheiro puxou
a cadeira para a Frida. Eu e a Manu só tínhamos pedido bebidas, ela estava
tomando vinho branco, e eu como já sabia que a noite iria ser longa já tratei
logo de beber uísque, e quando eles chegaram eu já tinha bebido duas doses:
- Caramba Robe que milagre você bebendo.
Eu dei um sorrisinho bem falso pra ele e estava me
preparando para dar uma resposta, mas a Manu percebeu e me interrompeu:
- Então Frida, você é daqui mesmo?
- Na verdade eu sou da França, mas vim pra cá já faz alguns
anos.
- E você também é do ramo da arte como o Jan?
- Não, eu sou jornalista, eu tenho uma coluna semanal no New
York Times.
- E sem falar que ela é escritora.
O Jan era um grande puxa saco daquela insuportável, e eu
juro que se não fosse o uísque eu não teria suportado:
- Nossa que legal, e você tem quantos títulos publicados?
- Na verdade eu não tenho nenhum, as editoras que eu mostrei
os livros não se interessaram muito.
- Elas aconselharam a Frid a procurar um patrocinador ou
algo do tipo.
Eu nem estava mais prestando atenção no que eles falavam na
minha cabeça só vinha o quanto o apelido Frid era feio.
Depois que já
tínhamos comido e falado sobre a Frida eu sugeri irmos para um barzinho que
ficava em frente ao hotel, e todos aceitaram, eu já fui chegando e pedindo uma
dose de tequila, que imediatamente se misturou com o uísque e subiu para a
cabeça.
Estávamos todos sentados em uma mesa, falando sobre alguma coisa
que eu nem prestei atenção porque estava mais interessada no cara gato que
estava flertando comigo do balcão do bar:
- Já volto.
- Aonde você vai?
Eu já estava de saco cheio das perguntas do Jan, e desta vez
eu não iria me controlar.
- Vou tomar uma bebida com aquele cavalheiro ali.
- Você não acha que esta bêbada de mais para isso ?
- Com tanto que eu não acorde na cama de um francês cretino,
eu vou ficar bem.
Essa indireta foi bem direta, porque até é Frida percebeu.
Fui até bar e fiquei lá com o cara que se chamava Tom, ele
me pagou várias tequilas, até que a Manu foi lá me buscar para voltarmos para o
hotel.
Ela tinha um compromisso bem cedo no dia seguinte e não iria
dormir no hotel, e então ela entregou o cartão reserva do meu quarto para o
Jan, pra ele ir ver como eu estava durante a noite ou algo do tipo. Eu me
lembro de ter visto a Frida entrar em um taxi e a Manu subiu até o quarto dela
pera pegar algumas coisas, e eu fiquei no meu quarto a noite toda.
No dia seguinte eu tinha acabado de sair do
banho quando o Jan entrou no meu quarto para verificar se eu estava bem.
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