- Roberta?
- Alex! Tudo bem com você, quanto tempo.
- Nossa quanto tempo mesmo, ja faz o que? Uns 5 ou 6 anos?
- Pois é, a ultima vez que eu te vi foi...
- Aquele dia da nossa despedida no aeroporto.
E foi só então que eu me toquei que ainda não tinha
apresentado a Manu para ele:
- Alex, essa aqui é minha amiga Manuela, e Manu esse é meu
amigo Alex.
- Prazer Alex.
- O prazer é meu.
- Eu não sabia que você estava aqui em Nova York.
- Eu me mudei, agora moro aqui, e você? Está de férias?
- Na verdade, eu também moro aqui agora, estou procurando um
apartamento.
- E você berta, veio fazer uma visita no apartamento que
estão vendendo aqui no prédio?
- Na verdade sou eu quem vai comprar esse apartamento, eu
queria a cobertura, mas o dono mora ai e não tem planos de vender.
- Ahahaha é, eu não tenho mesmo planos de vender.
- Que pena.
O elevador nos deixou no térreo e n fomos andando pela
portaria até chegarmos na rua:
- Bom vocês aceitariam tomar um café, tem uma cafeteria
ótima aqui pertinho.
Eu e ela aceitamos, e então seguimos andando pela rua e
conversando:
- Então Berta, como vai à vida?
- Tudo mudou, eu me especializei em arte urbana depois da
faculdade, e agora vou abrir uma galeria de arte com a Manu.
- Nossa que legal, e vocês já tem um projeto ou uma planta?
- Ainda não, eu estava esperando a Robe aceitar a minha
proposta.
- É que o Alex é arquiteto.
- Então vamos marcar uma reunião.
- Marcado.
- Vocês vão morar juntas lá no condomínio?
- Bem que eu queria, mas a cabeça dura aqui decidiu que vai
morar no subúrbio.
- Nossa, eu já estava animado com as minhas novas vizinhas.
- Mas agora, mudando de assunto, onde anda a Marina?
- Ela está vindo morar aqui também, esta abrindo uma unidade
do restaurante dela aqui, e eu estou no comando as obras.
- Caramba, que legal, eu me lembro de que ela era a melhor
na faculdade.
Chegamos à cafeteria
e conversamos bastante, o Alex fez um esboço em um guardanapo de uma possível
fachada para a galeria, depois de tomarmos nossos cafés, fomos para fora da
cafeteria, eu e a Manu chamamos um taxi, e assim que ele chegou o Alex me
entregou um cartão:
- Aqui esta o meu número, me liga para marcarmos um jantar.
- Pode deixar que eu vou ligar.
- Ah Manu, aqui um pra você também, afinal, temos que marcar
nossa reunião.
- Ligo sim.
E então eu e a Manu entramos no taxi, e quando eu olhei para
a Manuela, ela estava me olhando fixamente:
- Tudo bem, pode perguntar.
- Por que você terminou com ele, porra! Ele é gato,
inteligente, bem sucedido, lindo, talentoso, simpático e o sorriso dele quase
me segou de tão branco e perfeito.
- Faz muito tempo isso, cerca de uns seis anos, eu tinha
acabado de terminar a minha faculdade e ele a dele, nós iríamos fazer nossas
especializações, eu fiz a minha em arte urbana, e ele em arquitetura moderna,
ele era o melhor, e então recebeu uma proposta excelente, só que era no Canada,
e nos morávamos no Brasil. Confesso que era extremamente apaixonada por ele,
mas não iria suportar um namoro a distância, e então quando ele estava no
aeroporto para embarcar para o Canada, nos terminamos, foi a decisão mais
difícil da minha vida.
- Nossa, mas por que você não foi com ele?
- Porque eu estava fazendo a minha especialização, e não
podia parar, por mais que eu quisesse jogar tudo pro auto e ir atrás do amor da
minha vida, eu não pôde.
- Bom esta na cara que ele ainda é caidinho por você.
- Acho que não.
- Ahh minha filha, vamos parar ai né, desde o elevador que
ele tem dado em cima de você descaradamente, e você ganhou o cartão do
"ligue para um encontro" e eu o do "ligue para trabalhar".
E assim voltamos
para o hotel, a Manu foi para o seu quarto, porque queria dormir um pouco antes
do seu encontro com o Jeff, e eu fiquei no meu quarto, pensando se ligava para
o Alex ou não. Eu achava que iria parecer muito desesperada, mas, porque eu o
vi não fazia muito tempo, mas eu não queria ficar sozinha já que a Manu ia
sair. Tomei coragem e peguei o telefone e o cartão que ele me deu, pensei
"que se dane" e liguei para ele, que atendeu no terceiro toque:
- Alô.
- Oi Alex, aqui é a Roberta, tudo bem?
- Oi Berta, tudo e você, achei que demoraria mais para
ligar.
- Eu sei, não queria parecer desesperada, mas acho que
acabei parecendo.
- Não, não é isso, é que eu achei que você estivesse ocupada
com as coisas da galeria.
- Ahh, não, ou pelo menos ainda não.
- Bem, eu disse para você ligar para marcarmos um jantar,
então, está com fome?
- Morrendo.
- Que tal uma pizza? Eu também estou morrendo de fome, em
qual hotel você esta? Vou ai te buscar.
- Não preciso, eu pego um taxi até ai.
Eu peguei um taxi e
encontrei com o Alex na pizzaria que ele tinha marcado, quando cheguei lá, ele já
estava me esperando:
- Oi.
- Oi, você tem que arrumar um carro, pelo que eu me lembro
que você era uma ótima motorista.
- Você está brincando né? Eu sempre fui uma péssima motorista,
vivia batendo o carro, e você sabe bem disso.
- Lembra quando você bateu o carro em um outro carro que
estava estacionado, eu lembro de você entrando em choque e me ligando
desesperada.
- É eu me lembro disso, você saiu correndo da faculdade, e quando
chegou ficou rindo da situação, eu fiquei furiosa com você naquele dia.
- Verdade, você ficou.
E nos acabamos rindo das nossas lembranças, depois que
comemos, ele me levou para o hotel, e subimos para o meu quarto, onde
continuamos com as nossas histórias e lembranças:
- Eu sinto falta dessa fase da minha vida, sinto falta de
você na minha vida.
- Eu também sinto falta.
E então
ele se aproximou de mim, e nos ficamos ali, com os rostos bem próximos,
estávamos olhando fixamente um para o outro.