A Manu queria ir para Veneza por um motivo, seu primo
Otavio, ele é filho de italianos, mas nasceu na Holanda como a maior parte da
família, a Manu me contou que ele tinha vindo para Veneza pra montar uma
agência de gôndolas, e que 95% dos famosos barquinhos que circulam no canal da
cidade eram de Otavio.
Desta vez nós nem precisamos ir à busca de um hotel, ficamos
hospedadas na casa dele.
Logo que chegamos Otavio já tratou de reservar a melhor
gôndola para nos proporcionar um tour, e então foi ai que eu e Manu encontramos
um ex-namorado dela, não o que tinha levado a surra, outro no qual o nome de
mafioso era Jeff, ele queria fazer negocio com a Manu. Eu peguei a conversa
pela metade, mas consegui entender que ele queria virar o transportador oficial
dela em Amsterdã:
- .... liss, você
sabe que eu não sou de dar mancada, aqui você pode confiar.
- Você sabe que eu prezo a confiança, mas também não é só
isso, eu vou direto ao ponto, em relação aos lucros, se eu fechar com você o
transporte, qual o lucro que eu vou ter de vantagem?
- Você sabe como funciona, você vai passar a ganhar 38% mais
do que você esta recebendo agora, e fora que você ja me conhece, sabe como eu
trabalho.
Ela ficou um
tempinho pensando e olhando para mim, como que se perguntando o que eu achava
que ela deveria fazer, então eu dei minha opinião:
- Eu não sei muito sobre plantação ou distribuição de
maconha, mas 38% a mais de lucro me parecem um bom negocio.
- Então Jeff, fechamos negocio, mas ainda assim eu vou
querer um relatório mensal e farei visitas surpresas para você.
- Sem problemas.
- E lembre-se do que acontece com quem tenta me passar a
perna.
Depois que saímos desta inusitada reunião de trabalho, fomos
direto para a casa do Otavio, e assim que chegamos eu fui checar meus e-mails,
coisa que desde que eu sai do Brasil não fazia. Espantei-me com a quantidade de
e-mail deixado pela minha família e pelo Gabriel. O primeiro que eu abri foi o
mais recente, que ele tinha deixado exatos 43 minutos, e nele meu pai
perguntava como iam as coisas, que lugares eu já tinha ido, em qual eu estava e
qual seria o próximo, ele também pedia para eu mandar noticias e que minha mãe
estava enlouquecida com tudo isso, e ele me orientava a não responder nenhum
e-mail dela e nem da minha irmã. Depois de responder para o meu pai eu fui
abrir o do Gabriel, que era o segundo da minha caixa de entrada e confesso que
fiquei muito surpresa com o conteúdo, e com as coincidências.
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