segunda-feira, 2 de fevereiro de 2015

Capitulo 11

                   - Nossa como eu amo Nova York, se eu tivesse que escolher um lugar no mundo para morar, eu escolheria Nova York, tudo aqui é tão maravilhoso.
- Pensei que você prefira Paris, sabe, por você ser artista plástica, e lá ser praticamente uma grande galeria a céu aberto.
- Mas aqui também é assim
- Mas eu acho que Paris tem um pouco mais de classe, aqui é tudo muito urbano.
- A arte urbana é a que mais me impressiona.
   Não demorou muito tempo e voltamos para o hotel, nos despedimos e entramos cada um em seu quarto, eu entrei e logo fui para chuveiro, não parava de pensar em como eu e o Jan combinávamos, e então me veio na mente a conversa que eu tive mais cedo com a Manuela, será que eu e ele daríamos certo ou será mesmo que um amor a distância não iria funcionar para mim? Bom, só tinha uma forma de saber que era tentar.
  Imediatamente sai da cama onde eu estava sentada, e fui ate o quarto dele, eu não entrei de imediato e antes que eu pudesse bater eu ouvi uma voz lá dentro, e minha reação foi encostar o ouvido na porta para tentar ouvir alguma coisa, mas tudo o que eu consegui foram ruídos de conversas, e foi só quando eu escutei uma voz de mulher que eu tive coragem de bater na porta, ele abriu bem rápido, achei ate que eles estivessem esperando alguma coisa, talvez serviço de quarto.
Ele estava sem camisa em frente à porta, e na cama tinha uma mulher com uma taça de vinho na mão:
- Ai, desculpa, eu não... Eu não sabia que você estava ocupado, eu... Eu volto mais tarde.
Eu estava usando todas as minhas forças para focar no rosto dele, e ignorar totalmente aquele tanquinho ali exposto:
- Não, imagina você não está atrapalhando, Frida essa aqui é Roberta e Robe essa aqui é a Frida.
Ele nos apresentou, mas eu continuei sem entrar no quarto:
- Então, é, Jan eu vim aqui para te chamar para uma exposição de arte urbana que vai ter no Brooklin amanhã.
Eu fiquei esperando que o Jan respondesse, mas quem respondeu foi a Frida:
- Que pena, mas amanhã não da, ele tem um compromisso comigo.
- Ahh, então tudo bem, boa noite, e desculpa ter incomodado.
Ele também disse boa noite e fechei à porta, eu percebi o que estava acontecendo, eu estava sobrando na história, outra vez.
   Quando eu acordei, estava decidida que não deixaria a ausência do Jan me impedir de ir à exposição. Aproveitei o dia para dar umas voltas pela cidade, parar em algumas galerias de arte, mas mesmo tentando manter os pensamentos longe dele, eu não conseguia, pegava o celular a todo o momento para ver se o Jan tinha me ligado, ou mandado um torpedo, mas infelizmente ele não havia  me dado nenhum sinal.
Eu passei o dia sozinha vagando pelas ruas de Nova York, até que eu vi que eram quase 18h20min, e então fui para o hotel tomar um banho e ver se os meus vizinhos.
De quarto queriam jantar, quando estava procurando o cartão do quarto em minha bolça para abrir a porta, a Manu saiu do elevador e veio em minha direção:
- Oi, não te vi hoje, bati no seu quarto para te chamar pra almoçar, mas você não estava.
- Eu acordei mais cedo hoje, tinha uma exposição para ver.
- Bom, já que eu não te achei pro almoço, eu fiz reserva para eu, você e Jan aqui no restaurante do hotel, se arruma que eu passo na sua suíte daqui 30 minutos, ai nós vamos chamar o Jan.
Eu concordei e ela saiu saltitante. Eu entrei na suíte e fui direto pro chuveiro, como eu não tinha visto o Jan o dia todo, eu caprichei um pouco mais no visual, estava usando um vestido azul escuro de alcinha, era rodado e tinha uma barrinha de renda branca, como eu estava cansada por ter andado o dia todo, preferi usar uma sapatilha, quando a Manu bateu na porta eu estava terminando a minha básica maquiagem:
- Pronta?
- Quase, só estou terminando minha maquiagem.                   
- Vamos rápido ai Cinderela, ainda temos que chamar seu príncipe.
Eu ignorei o comentário, e terminei de passar meu batom.
Nos duas estávamos na frente da porta do quarto do Jan esperando ele abrir. E mais uma vez a cena se repetiu.

Capitulo 10


Assim que eu acordei, imediatamente virei para o lado e foi então que vi o Jan no sofá com um notebook no colo, e ele começou a falar:
- Bom dia.
- Bom dia, o que... Eu e você... É...
- Não, não aconteceu nada, eu dormi no sofá, a Manu saiu com o cara do bar, ai eu te levei para o hotel mas você não sabia onde estava o cartão para abrir a porta e como você estava completamente bêbada ninguém queria me dar a chave porque só quem pode pegar a reserva é ou você ou a Manu, e você não estava em condições.
- Ai que alívio, por um momento eu achei que tinha te atacado ou coisa do tipo.
-Não, nem isso e nem nada aconteceu, apenas dormimos, eu aqui no sofá e você ai na cama.
Eu estava morrendo com a ressaca, e então o Jan me trouxe um café e ficou na cama bem na minha frente, e o papo começou a fluir, eu gostava tanto de falar com ele, que poderia ficar ali por horas, tudo estava maravilhoso:
- Até que dia vocês pretendem ficar aqui em Paris ?
- Não sei, talvez mais uns dois dias ou uma semana.
- Ahh, é que eu tenho que visitar uma amiga em Nova York, a Manu me disse que lá seria a próxima parada de vocês, e estava pretendendo esperar, mas eu tenho que sair amanhã.
- Então partimos amanhã.
- Não sei se a Manu vai querer ir assim de imediato.
- Desde o inicio da viajem ela queria ir para lá, parece que ela tem uns negócios para resolver em Nova York.
Eu fiquei lá deitada na cama conversando com o Jan por horas, até que eu me dei conta do horário, e com muita relutância sai da cama dele e voltei para o hotel, quando eu cheguei a Manu estava saindo do banho, e enquanto ela escolhia uma roupa na mala, eu contei para ela sobre anteciparmos a ida para Nova York, e como eu havia previsto, ela topou na hora, imediatamente eu mandei uma mensagem para o Jan, que me respondeu também muito rápido:
- O Jan está nos chamando para jantar.
- Ótimo! Estou morta de fome.
Passado algumas horas, ele chegou ao hotel para nos pegar.
O jantar foi maravilhoso e passou tão rápido que eu mal percebi o Jan como um perfeito cavalheiro nos deixou no hotel, onde eu e Manu ficamos:
- Temos que dormir cedo, porque vamos encontrar o Jan no aeroporto amanhã. 
  Nós o encontramos no aeroporto, depois de comprarmos nossas passagens fomos direto para o embarque. Como  de costume eu dormi a viajem toda e só acordei quando chegamos em Nova York, nós nos hospedamos em quartos vizinhos, desta vez a Manu achou melhor não dividirmos quartos, porque ela tinha uma "amizade colorida" com um americano, e gostaria de um pouco mais de privacidade, então eu fiquei com o quarto do meio, quando estava desarrumando as minhas malas, a Manu chegou e se sentou na cama:
 - Robe vem aqui, vamos conversar.
O tom de voz dela estava serio, e ela nunca tinha me chamado para conversar antes, então eu caminhei até a cama e me sentei ao seu lado:
- O que foi? Esta tudo bem?
- Robe, desde a nossa primeira parada em Paris, quando você conheceu o Jan, eu percebi que rolou uma química entre vocês, mas como nós ficamos pouco tempo eu não estranhei, mas Robe, quando o Gabriel te mandou aquele e-mail dizendo que queria te encontrar lá em Paris, você ficou empolgada não em resolver as coisas entre vocês, mas sim em encontrar o Jan novamente, e amiga eu estou com medo por você.
- Medo de quê?
- De que você quebre a cada de novo, da para ver na maneira como vocês olham um para o outro que o que vocês sentem é intenso, um está se apaixonando pelo outro, e você acabou de sair de um relacionamento complicado e tudo mais, eu sei que o Jan é um príncipe encantado só que ele mora em Paris, e você em São Paulo, a distância é muito grande então não sei se você nesse momento aguentaria um relacionamento à distância, acho que vocês deveriam esclarecer tudo enquanto ainda da.
- Eu sei Manu, mas pode ficar tranquila.
   Eu já estive em Nova  York outras vezes mas mesmo assim eu ainda queria dar uma volta, e então fui chamar o Jan, nós demos uma volta pelas ruas e por fim paramos em uma barraquinha para comer.

                    




Capitulo 9

                 
- Nossa senhora que café mais demorado.
- É que nós viemos andando.
- Esta bem, mas em fim, vamos? Eu quero descansar, coisa que nem eu e nem você fazemos faz tempo.
   Nós duas nos despedimos do Jan e fomos para o hotel, eu não contei nada para a Manu sobre o beijo e nem nada a respeito.
   Nós tomamos café da manhã junto com o Jan, e depois fomos os três fazer um passeio, aparentemente estava tudo normal, ele não tocou mais no assunto e então nem eu, ele estava me tratando normal, até que a Manu me fez uma pergunta:
- Rode, você vai encontrar o Gabriel que horas?
- Daqui a pouco.
- Pera ai, você ainda vai encontrar esse cara?
- Sim, eu vou.
- Para que? Você sabe que ele não vai te contar nenhuma verdade, então não vejo motivos para você ir nesse encontro.
- Desta vez é diferente Jan, não tem mais nenhuma chance dele me fazer de idiota.
- Tudo bem, então eu vou com você.
- Não, não precisa.
- vocês vão continuar com essa ladainha?
- Não Manu, eu vou sozinha,  e quando eu voltar nos encontramos no hotel?
- Sim, ai poderia ir naquele barzinho mexicano em que fomos da outra vez.
  E então todos concordaram, eu observei que o Jan ficou me olhando diferente, mas mesmo assim eu fui sozinha, quando eu cheguei lá, o Gabriel já estava sentado no banco me esperando:
- Oi Rober...
- Nem se de ao trabalho de levantar, eu vim aqui esclarecer uma coisa pra você, eu e você terminamos, porque eu não sei se você está lembrado mais te flagrei na banheira com uma menina bem mais nova que você, então o único culpado aqui é você, eu não quero mais receber nem se quer um sinal de fumaça seu, você não tem que ficar me mandando e-mails e nenhum outro tipo de mensagem, a partir  de hoje você não passa de um mentiroso, no qual eu só quero distância.
- Esse seu namorado fez a sua cabeça contra mim direitinho em.
- Ninguém precisou fazer isso não, você mesmo já fez.
- Roberta, por favor....
Antes mesmo de o Gabriel pensar em terminar a frese, o Jan chegou e olhou para mim:
- Amor você já falou o que tinha que falar com esse cara?
- Sim, eu já terminei minha conversa com ele.
- Então você concorda que não ha necessidade de ficar aqui escutando o que ele diz ?
- Sim, eu concordo com você.
Ele entrelaçou os seus dedos com os meus e assim saímos de mãos dadas, deixando o Gabriel, lá sozinho, desta vez o Jan não me largou, mesmo quando já tínhamos saído do campo de visão do Gabriel:
 - Não me odeie, foi a Manuela quem pediu para eu vir te buscar. Ela já está nos esperando no barzinho.
- Eu jamais poderia odiar você.
E assim continuamos andando de mãos dadas. Conversávamos e riamos, quando em fim chegamos a nosso destino. Assim que entramos no bar, a Manu já estava nos esperando com uma garrafa de tequila ouro em cima da mesa:
- Hoje Roberta, nos só vamos sair daqui depois que você estiver bêbada e eu ter ficado com aquele garçom gatinho.
- Então abra logo a tequila e vamos ficar todos bêbados.
- Nada disso, a única pessoa desta mesa que vai ficar bêbada é você.
  E meia garrafa de tequila depois eu ja estava completamente bêbada.
Eu não  me lembro bem do que aconteceu na noite passada, mas eu me lembro muito bem onde eu estava quando acordei, ou melhor, com quem eu estava.



Capitulo 8

Assim que nós saímos do aeroporto a Manu me chamou para conversar:
- O que você pretende fazer ?
- Eu não sei, agora no momento eu estou tão consumida pelo ódio que estou sentindo daquele mentiroso desgraçado que eu só quero rasgar a garganta dele com minhas unhas.
- Gostei, mas isso seria burrice, temos que pensar um uma maneira de enganar ele para ele mesmo se enforcar. Vamos nos hospedar no mesmo lugar que da outra vez e pensar no que fazer.
- Eu estou com tanto ódio que não conseguiria me concentrar em nada.
- Ahhh mais eu sei muito bem o que pode te fazer ficar concentrada.
E depois de fazer as reserva no hotel, a Manuela me levou para a galeria de arte do Jan, que na parte de cima tinha um ateliê onde ele estava me esperando para pintar:
- Olá Roberta.
- Oi Jan, eu não disse que voltaria.
- Que bom, porque eu sonhava com você todas as noites, sonhava em quando teria a honra de pintar ao seu lado.
- Bom, parece que seus sonhos foram atendidos, e desta vez vamos pintar juntos.
   E então veio o Jan, com seu jeito charmoso e encantador e passou os braços pela minha cintura para poder amarrar o avental em mim, depois retirou com toda a delicadeza os cabelos da minha nuca do caminho para deixa-la livre para terminar de amarrar, e naquele exato momento minha mente e meu subconsciente eliminaram todos os vestígios do Gabriel, e no lugar plantaram o lindo sorriso daquele francês. Já estávamos naquele ateliê ha horas quando ele simplesmente virou para mim:
- Estou um pouco cansado, poderíamos fazer uma pausa para tomar um café, o que acha?
- Acho uma ideia fantástica.
E da mesma maneira que ele colocou meu avental, ele também o tirou, Jan  era tão cavalheiro que também me ajudou a colocar meu casaco. Fomos para o café, e na volta estávamos conversando:
- Você pretende ficar muito tempo aqui em Paris?
- Ainda não sei, talvez por volta de uma semana.
- Nossa menos do que da outra vez.
- É, eu vim mesmo para resolver um problema antigo meu.
- E porque não resolveu da outra vez em que esteve aqui ?
- Porque o meu problema só veio para Paris agora.
- Pode me contar que problema é esse ?
- É uma longa historia.
- Então que bom que ainda temos um longo caminho pela frente.
E foi assim que Jan Pierre ficou sabendo que eu era uma chifruda de carteirinha:
- Esse cara é um babaca, onde já se viu trair uma mulher espetacular como você?
- Pois é.
- Mas uma coisa eu realmente não acho justo.
- E o que é?
- Você me iludiu, eu aqui achando que você veio para cá para me ver, quando na verdade você veio foi atrás de um perfeito idiota.
Não deu tempo nem de eu rir, porque quando eu e Jan estávamos virando a esquina, demos de cara com o Gabriel, que imediatamente parou, e eu e Jan também, e então ficamos ali, de frente um para o outro:
- Berta, você veio me encontrar? Então vejo que recebeu meu e-mail.
Eu nem precisei dizer para o Jan quem era  aquele, ele percebeu logo de cara.
- Na verdade ela não veio te encontrar não e também não recebeu nenhum e-mail seu, ela esta aqui por mim.
- E quem é você, posso saber ?
- Desculpe minha falta de educação, meu nome é Jan Pierre e eu sou o namorado da Roberta.
E nesse momento o Jan passou as mãos pela minha cintura de forma que nossos corpos ficassem colados:
- E você quem é?
- Eu sou o Gabriel, você já deve ter ouvido falar muito de mim, tanto que está até fingindo namorar ela.
E então nesse momento eu senti o Jan me trazendo mais perto de si: 
- Isso aqui parece fingimento paravocê? 
E me deu um beijo. Eu fui pega completamente de surpresa, e de certa forma o Gabriel também.:
- Acho que as coisas ja estão claras, eu e minha namorada nao temos mais nada para fazer aqui. 
Voltamos para nos encontrar com a Manu, e durante todo o percurso o Jan e eu fizemos de maos dadas, sem fazer nenhum comentário sobre o beijo.  

Capitulo 7



O nome dela era Valentina, e eu a chamei para tomar um café, não disse o que queria, mas disse que tinha uma coisa muito importante com a qual ela poderia me ajudar, quando eu falei isso pra Manu ela no mesmo momento baixou a Liss e se revoltou:
- Eu tenho uns contatos aqui em Paris, nós podemos sequestra-la, talvez quebrarmos as pernas dela, o que você acha?
- Não precisa chamar os seus contatos, não vamos fazer nada contra ela, só conversar, e talvez na época em que isso a aconteceu não soubesse que ele estava namorando comigo.
Nós ficamos esperando ela em um café no  aeroporto por alguns minutos:
- Então vocês têm 30 minutos até eu embarcar no próximo avião.
- O que eu tenho para falar com você é rápido, como eu disse no avião, nós duas conhecemos um homem, o nome dele é Gabriel Ralen, eu queria saber quando foi a ultima vez que vocês se encontraram.
- Sim, nossa, eu conheço ele, nos temos uma coisa, eu encontro ele toda a vez que eu vou para o Brasil, e isso acontece em media uma vez por mês ou mais.
- E há quanto tempo vocês mantêm essa relação?
- Faz quatro anos, nos conhecemos em um voo para o Canada, ele com todo aquele charme, me conquistou na hora. E desde então mantemos nossa relação. Sempre que ele sai do Brasil, me liga para avisar e ver se tem como nos encontrarmos.
Aquelas palavras me atingiram como um soco no estômago, e eu queria sair dali e ir chorar no banheiro, mas não podia, ainda tinha uma pergunta para fazer, mesmo que me torturasse ainda mais:
- E quando foi a ultima vez que ele te ligou para marcar um encontro?
- Bem, eu recebi um torpedo dele esses dias, dizendo que estaria em Paris durante uma semana, ele me disse que chegaria daqui dois dias, que estaria hospedado no hotel de sempre.
- Obrigada, você me ajudou muito.

Eu comecei a fazer as conexões, se Valentina e Gabriel estão juntos ha quatro anos, o Gabriel mentiu para mim, e ele a chamou para o hotel em que estava hospedado, então ele é um grande filho da puta, e eu estava com tanta, mais tanta raiva que o que mais queria era encontrar ele. 

Capitulo 6

No e-mail o Gabriel dizia que queria me encontrar, que não conseguia parar de pensar em todos os momentos que nós vivemos e que ele estava realmente arrependido do que tinha feito, tudo o que ele disse  naquele dia no café em frente ao ateliê era mentira, também disse que estava disposto a esquecer tudo se eu também esquecesse. No final do e-mail ele dizia que queria me encontrar em Paris, que ficaria me esperando lá por 3 dia, porque ele estava em uma viajem de negócios e não poderia ficar mais do que isso. Por incrível que pareça tudo que ele me disse no e-mail fazia sentido. Ele parecia realmente estar bem arrependido de tudo que tinha feito. E eu queria ir para Paris, eu realmente queria.
    O Otavio estava sendo super  hospitaleiro, mas nem eu e nem a Manu queríamos abusar, então ficamos apenas dois dias, e partimos para Paris. Quando eu contei para a Manuela que queria voltar para Paris ela não se opôs, mas quando eu contei o motivo ela queria me matar:
- Roberta eu não estou acreditando nisso, depois de tudo o que aquele cara fez pra você, todas as traições e mentiras, você ainda esta indo encontrar ele pra dar uma segunda chance? Pelo amor de deus, se fosse eu, ele já não tinha mais nenhum dente na boca.
- Calma Manu, eu ainda não decidi se vou perdoar ele.
- Se você não fosse perdoar não estaria indo pra Paris. Pelo amor de deus Roberta, acorda, você só pode ser burra, parece que  gosta de sofrer.
- Eu ja disse que não sei se vou perdoar ele que saco.
 Estávamos andando em direção ao balcão para entregar nossas passagens para a aeromoça quando eu percebi o nome no crachá, e então rapidamente me veio a  conexão de onde eu ja tinha ouvido aquele nome:
- Oi, desculpa, mas eu queria saber se você vai embarcar conosco para Paris?
- Sim, eu faço parte da equipe de bordo.
- Ahh, obrigada.
Quando o avião decolou  eu fui falar com a aeromoça, perguntei o nome dela e foi só então que  eu tive certeza de que ela era uma das mulheres com que o Gabriel já teve um caso.

Capitulo 5

                                       

A Manu queria ir para Veneza por um motivo, seu primo Otavio, ele é filho de italianos, mas nasceu na Holanda como a maior parte da família, a Manu me contou que ele tinha vindo para Veneza pra montar uma agência de gôndolas, e que 95% dos famosos barquinhos que circulam no canal da cidade eram de Otavio.
Desta vez nós nem precisamos ir à busca de um hotel, ficamos hospedadas na casa dele.
Logo que chegamos Otavio já tratou de reservar a melhor gôndola para nos proporcionar um tour, e então foi ai que eu e Manu encontramos um ex-namorado dela, não o que tinha levado a surra, outro no qual o nome de mafioso era Jeff, ele queria fazer negocio com a Manu. Eu peguei a conversa pela metade, mas consegui entender que ele queria virar o transportador oficial dela em Amsterdã:
- ....  liss, você sabe que eu não sou de dar mancada, aqui você pode confiar.
- Você sabe que eu prezo a confiança, mas também não é só isso, eu vou direto ao ponto, em relação aos lucros, se eu fechar com você o transporte, qual o lucro que eu vou ter de vantagem?
- Você sabe como funciona, você vai passar a ganhar 38% mais do que você esta recebendo agora, e fora que você ja me conhece, sabe como eu trabalho.
  Ela ficou um tempinho pensando e olhando para mim, como que se perguntando o que eu achava que ela deveria fazer, então eu dei minha opinião:
- Eu não sei muito sobre plantação ou distribuição de maconha, mas 38% a mais de lucro me parecem um bom negocio.
- Então Jeff, fechamos negocio, mas ainda assim eu vou querer um relatório mensal e farei visitas surpresas para  você.
- Sem problemas.
- E lembre-se do que acontece com quem tenta me passar a perna.

Depois que saímos desta inusitada reunião de trabalho, fomos direto para a casa do Otavio, e assim que chegamos eu fui checar meus e-mails, coisa que desde que eu sai do Brasil não fazia. Espantei-me com a quantidade de e-mail deixado pela minha família e pelo Gabriel. O primeiro que eu abri foi o mais recente, que ele tinha deixado exatos 43 minutos, e nele meu pai perguntava como iam as coisas, que lugares eu já tinha ido, em qual eu estava e qual seria o próximo, ele também pedia para eu mandar noticias e que minha mãe estava enlouquecida com tudo isso, e ele me orientava a não responder nenhum e-mail dela e nem da minha irmã. Depois de responder para o meu pai eu fui abrir o do Gabriel, que era o segundo da minha caixa de entrada e confesso que fiquei muito surpresa com o conteúdo, e com as coincidências.

Capitulo 4

                          



Nós estávamos chegando em Sydney e eu  ainda estava com a mente em Paris:
- Você esta pensando em que?
- Estou pensando em nossa próxima parada.
- Eu sei muito bem em qual parada você esta pensando, e ela tem nome e sobrenome.
- É, acho que tem mesmo.
Eu estava com o pensamento longe, pensando na maneira como o Jan invadiu a minha mente sem que eu tivesse chance de controlar.
    Depois que saímos do hotel onde estávamos hospedadas eu ainda estava com a cabeça em Paris:
- Robe, você vai aterrissar ou está difícil? Eu sei que você está apaixonadinha pelo carinha de Paris, mas eu já estou cansada de falar sozinha.
- Primeiro eu não estou apaixonadinha por ninguém, e segundo minha mente não esta em Paris e sim em nossa próxima parada.
- Hum, sei.
- Eu estou falando sério, não estou apaixonada, e vamos mudar de assunto.
- Por que você não gosta de falar da sua vida amorosa ?
- Porque como dizem "eu tenho mais hematomas do que eu te amos". Mas vamos mudar de assunto.
- Eu só tive meu coração partido uma vez, eu estava visitando um fornecedor, quando vi o carro do meu ex, parado na rua, então eu notei um certo movimento no carro, andei até lá e ele estava pelado em cima de uma garota no banco de trás, quando ele me viu, imediatamente vestiu as calcas e a camisa e veio atrás de mim, eu fui andando em direção a um beco onde estavam dois capangas meus, eles estavam me  esperando, eu simplesmente mandei  eles pegarem o meu  ex  e darem uma bela surra, onde quebraram 4 costelas e o nariz , deslocaram um ombro, e arrancaram 3 dentes, e fora todos os milhares de pontos que ele levou em todo o corpo, e fora que todos os dias eu ia lá no hospital fazer uma visitinha e ver a cara dele de pavor.
- Mas e ai? O que aconteceu depois? Ele falou pra alguém que foi você quem fez isso?
- Depois que ele saiu do hospital, foi falando pra toda a cidade que ele tinha sofrido um acidente de carro.
- Mas e você ?
- Eu desmenti e disse que eu tinha sido a responsável.
- Às vezes eu esqueço que você tem sangue de mafioso nas suas veias, então quando você me conta essas barbaridades me assusto.
  Ficamo-nos apenas 4 dias em Sydney, apesar da cidade ser linda e de eu amar coalas, tivemos que ir para o próximo destino, que por mais  que pareça esquisito voltamos para a Europa.
 Estávamos partindo para Berlim, onde conhecemos em uma balada alternativa uma Alemã tatuadora muito maluquinha, seu nome era Melindra, mas ela preferia ser chamada de Mel, no segundo dia de amizade a Manu já  tinha feito duas tattoos, enquanto eu ainda estava criando coragem para fazer a minha primeira:
- Pelo amor de deus Robe eu já fiz duas e você ainda não tomou coragem para fazer uma super simples no pulso.
- Eu não tenho uma tolerância muito boa a dor.
- Ro, eu estou nesse ramo faz anos, pode confiar em mim.
 Depois de tanto ouvir as duas resmungando sobre a minha falta de coragem, finalmente resolvi fazer a tattoo. Ela era bem simples, era apenas o contorno de todos os países do mundo no pulso, ela não era colorida nem nada, realmente simples, e para mim simbolizava o meu mochilão, ou seja, as minhas novas historias e uma nova fase na minha vida. Depois que eu fiz a tattoo, fomos para uma balada, na qual tanto Manu quanto Mel, estavam completamente bêbadas, e já tinham pegado vários, enquanto eu, continuava sentada em um dos sofás de couro branco que tinha entre a pista de dança e o bar.
Já eram quase 6 da manhã quando chegamos ao hotel, eu e Manu entramos para o nossos quartos e Mel foi para sua casa que ficava exatamente ao lado. O dia seguinte era o nosso ultimo na cidade então fomos tomar café às três juntas, e as duas alcoólatras estavam tentando curar a ressaca.
- Eu ainda não acredito que você nem bebeu e nem pegou ninguém.
 As duas estavam indignadas com o fato de eu ter ficado sóbria.
- Ela está apaixonadinha por um cara que  conhecemos em Paris.
- E por isso não pode pegar ninguém ?
- Não, porque ela acha isso sacanagem, é "como se fosse uma traição"
- Da para as duas pararem de falar da minha vida como se eu não estivesse aqui bem ao lado? E não, eu não estou apaixonada por ninguém esta, e vamos mudar de assunto.

E assim foi, ficamos ali naquele café por algumas horas, rindo e falando bobagem, até eu e Manu termos que partir para nosso próximo destino, Veneza.

capitulo 3

- Eu nem me apresentei, meu nome é Manuela
- O meu é Roberta.
- Prazer Roberta, você já conhece a cidade?
- Na verdade essa é a primeira vez que eu venho para cá.
- Então você acabou de ganhar um tour completo, venha comigo.
  Como eu queria novas histórias simplesmente paguei meu café e a segui, como na Holanda o principal meio de transporte é a bicicleta nós alugamos umas e fomos pedalando:
- Quanto tempo você pretende ficar na cidade ? 
- Ainda não sei, na verdade eu nem sei qual será meu próximo destino depois daqui, estou em um mochilão.
  Conforme nos íamos pedalando, eu comecei a notar que as pessoas olhavam para ela de diferentes formas, umas com medo, outras com respeito, mas uma coisa, ambas faziam, abriam espaço para nós duas passarmos:
- Você é algum tipo de celebridade ou coisa do tipo ?
- Pode-se dizer que sim. Digamos que minha família é bem influente e respeitada.
- Poderia ser mais especifica, por favor?
- Você deve saber que a maconha aqui é liberada certo ?
- Sim.
- Então, eu sou a traficante com mais influencia de todo o pais. Minha família é da máfia italiana, ou seja, ninguém aqui é maluco o suficiente para tentar me contrariar.
  Minha primeira reação foi de estranheza, pois eu jamais pensaria que um dia conheceria uma traficante mafiosa, e também porque ela não tinha cara de que era a manda chuva do trafico holandês.
- Então eu deveria temer você ?
- Você veio  para cá com a intenção de traficar ou de tentar me matar?
- Não, como eu disse, eu vim para cá procurando  novas historias e experiências.
- Então você não deve temer nada. Pelo contrario, enquanto você estiver ao meu lado, vai estar mais segura do que em qualquer outro lugar.
 Eu confesso que estava assustada com toda aquela situação, mas naquela altura  dos acontecimentos eu já não me importava mais, e a Manuela em momento algum me vez achar que deveria ficar com medo. Nós duas fizemos um passeio maravilhoso pela cidade, ela me mostrou os principais pontos turísticos e tudo mais, e então resolvemos parar para almoçar:
-Onde você esta hospedada?
- Eu estou ficando naquele hotel em frente aquela cafeteria.
 - É um bom hotel. Você parece ser bem culta, qual sua profissão la no Brasil?
- Eu sou sócia do meu pai em uma galeria de arte, onde eu exponho tanto os meus trabalhos quando de outros artistas.
 E assim nós fomos nos dando bem por dias, parecíamos amigas de infância e eu levei uma grande surpresa quando ela me disse que queria seguir o mochilão comigo        
e ja estávamos tão intimas que eu não tive como negar.
   Nossa próxima parada foi em Lisboa, depois Moscou, Londres, Praga e Mumbai, e tudo no mesmo esquema, nos chegávamos, nos hospedávamos em um hotel barato, ficávamos alguns dias e partimos para a próxima capital, conhecíamos pessoas novas e tudo mais,  já estávamos em 2 meses de viajem, quando fomos para Paris, e obviamente eu quis ir em todos os museus e galerias, e foi assim que eu conheci o  Jan Pierre, um charmoso filho de um casal de brasileiro e com um português misturado com um sexy sotaque francês pelo qual fiquei encantada assim que ouvi, ele tinha uma melodia e um carisma que eu nunca vi em um homem antes.
 Jan foi muito doce e gentil, tanto comigo quanto com a Manuela, jantamos quase todos os  dias com ele, as vezes só nós dois, as vezes com a Manu junto, mas infelizmente tínhamos que ir, ja estávamos muito atrasadas com a viajem, então seguimos para o nosso próximo destino, assim deixando para traz o encantador e apaixonante Jan Pierre.

Capitulo 2

  Eu levantei da penteadeira e desci as escadas para ir falar com meu pai sobre as mudanças que eu pretendia fazer em minha vida, mas consequentemente dei de cara com a minha mãe que não parecia estar nada contente:

- Roberta, eu tenho que falar com você imediatamente, venha comigo.
 E eu não tive muita escolha a não ser segui-la  até a biblioteca, onde depois que eu entrei ela trancou a porta :
- O Gabriel acabou de nos ligar.
- E o que eu tenho a ver com isso ?
- Ele queria saber se o fato de você ter terminado o namoro de vocês iria interferir nos negócios dele com seu pai, ou no modo como nossa família o trata.
- E o que você disse para ele ?
- Eu disse que convenceria você a voltar com ele, imagina só se essa história vasa e a imprensa interpreta essa briguinha de vocês como um término definitivo? Já estou até imaginando os tabloides das colunas sociais "Casal modelo se separa". Pense só em como isso poderia nos atingir? Só de pensar nisso já me da urticária. Mas voltando ao assunto, o Gabriel está esperando uma ligação sua, para vocês...
     Naquele momento eu percebi que se queria realmente mudar minha vida eu teria que me impor e mostrar que não iria mais abaixar a cabeça pra ninguém, muito menos para as futilidades da minha mãe maluca, então foi aí que eu me rebelei:
- Só que se você está achando que eu vou  voltar com ele você está muito enganada, eu estou farta de ser controlada e manipulada por todos, e você tem que rezar muito para eu não escrever uma nota pessoalmente sobre o término do meu namoro, e contar realmente o que aconteceu, ai sim você vai ver os tabloides das colunas sociais dizendo "Casal modelo se separa depois da artista plástica pegar o empresário nu na banheira com uma garota 18 anos".
- Roberta não...
- Ahh cala a boca mãe, eu vivi minha vida inteira paparicando vocês todos e colocando as necessidades de vocês sempre à frente da minha, mas agora chega! Eu quero viver a minha vida.
    E assim eu passei por ela, destranquei a porta e deixei-a lá, sozinha. Eu confesso que no momento em que sai daquela sala  me senti mais leve. Eu entrei no escritório do meu pai e me sentei na cadeira em frente à mesa onde ele estava:
- Oi filha.
- Oi pai, você já está sabendo do meu término com o Gabriel?
- Sim, ele me ligou mais cedo querendo saber se isso afetaria os nossos negócios. Então eu  disse para ele que iria falar com você antes de dar minha resposta, mas eu não preciso  eu sei que se você não quis continuar seu relacionamento com ele é porque finalmente percebeu que ele não era bom para você.
- E isso quer dizer que você não vai mais  fazer negocio com ele?
- Muito pelo contrário, ele era um péssimo namorado, mas é muito bom em relação aos negócios. Mas não é por isso que estamos tendo esta conversa não é? 
- Na verdade não, eu queria pedir seu apoio, tanto psicologicamente quanto financeiramente para fazer um mochilão por lugares em que eu  sempre quis ir  mas nunca tive coragem.
- Você tem o meu apoio.
      No dia seguinte eu acordei cedo e fui atrás de tudo para poder fazer minha viagem, e no outro dia eu já estava embarcando com destino a Amsterdã. Eu cheguei lá e fui logo procurar um lugar para passar a noite. Assim que eu encontrei um hotelzinho barato, fui a uma cafeteria, e quando eu estava sentada  no balcão, tomando um café e estava conversando com a barrista quando uma mulher loira que estava ao meu lado se virou:
- O que você esta procurando aqui em Amsterdã?
- Estou buscando historias novas.
- Então você deu sorte, porque se alguém nessa cidade pode te proporcionar isso sou eu.

Capitulo 1

 É até difícil de acreditar que em um ano tudo na minha vida tenha mudado drasticamente, agora nesse exato momento estou no meu apartamento, no qual foi comprado com meu próprio dinheiro. É, eu sei que parece um pouco estranho de certa forma eu ter simplesmente resolvido sair da  luxuosa e bem localizada casa dos meus país e me mudar para um pequeno apartamento de dois quartos no subúrbio, mas quando a história se adiantar vocês vão entender melhor o motivo. Bom, mas agora retomando o assunto de mudanças drásticas, eu também terminei o  meu longo e já monótono namoro, e essa minha atitude não foi vista com bons olhos pela minha família, todos acharam loucura quando eu lhes contei que tinha posto um fim em meu relacionamento de 5 anos com o Gabriel, e tenho que confessar que essa foi a melhor decisão já tomada por mim em anos. As outras mudanças vão surgindo conforme a história for se desenrolando, mas agora vou lhes contar a coisa que realmente me fez despertar da minha vidinha medíocre em que eu me encontrava afundada. Há cinco meses se alguém fosse examinar a minha vida imediatamente diagnosticaria a perfeição, eu tinha o emprego dos sonhos, o namorado dos sonhos, morava na casa dos sonhos, enfim, até  eu realmente acreditava nisso, mas há exatos 5 meses eu que era uma boba apaixonada.  Fui de surpresa no apartamento do meu namorado, aparentemente estava tudo na mais perfeita ordem, eu  me lembro como se fosse hoje, eram exatas 15:32 e ele deveria estar no trabalho então eu não estranhei a suposta calmaria, entrei no escritório para pegar um documento e foi então que eu ouvi uma risada que vinha do quarto dele , minha reação de namorada preocupada foi ir até lá, e por um momento passou pela minha cabeça que a televisão poderia estar ligada ou algo do tipo, então quando eu abri a porta do quarto não tinha nada de anormal, mas as risadas continuaram, e agora mais altas e seguidas de sons de água e beijos vindo do banheiro, e sem pensar duas vezes caminhei até lá  e abri a porta de uma só vez, e no mesmo instante já fiquei tonta, eu peguei meu namorado tomando banho de banheira com  uma garota chamada Flávia, a filha mais nova de uma das clientes dele, naquele momento eu senti o sangue congelar em minhas veias e eu não consegui me mover, minha mente dava comandos para o meu corpo, mas ele não obedecia, depois de alguns segundo ali naquele banheiro, olhando aquela cena eu finalmente tive coragem de sair correndo sem olhar para traz.
 Foi só quando eu sai da garagem do prédio que eu percebi a gravidade da situação.         Quando eu cheguei a minha casa, minha mãe estava falando sobre um leilão beneficente  que aconteceria, e ela ficou completamente chocada quando eu comuniquei que não iria:
- Você sabe que toda a imprensa vai estar lá? Temos que chegar com a família completa, o que as pessoas vão dizer?
- Eu não vou, invente alguma desculpa, sei lá.
- Sinto muito mais não da, não tem nada acontecendo no meio social que seja mais importante que esse leilão, e duvido muito que o Gabriel não vá querer ir.
- Se ele vai, eu não sei, mas eu não vou, e não tem nada que você possa fazer para mudar minha decisão. 
     Bem acho que já está bem óbvio que minha mãe pensa mais nos tabloides do que em qualquer outra coisa.
 Eu subi as escadas, entrei no meu quarto e me joguei na cama, eu não chorei, não fiz escândalo nem nada, eu simplesmente não compreendia aparentemente nós tínhamos o relacionamento perfeito, nós éramos o casal perfeito, e eu realmente acreditava em cada palavra dele, quando ele falava que me amava.
Eu fiquei ali, deitada na cama  a noite toda, pensando no quanto de sentimento verdadeiro da parte dele havia em nosso namoro, se era o Gabriel apaixonado e verdadeiro  que dizia que me amava, ou se era o empresário investidor da bolsa, que mentia e me  iludia. Deitada naquela cama eu acabei adormecendo, e quando eu acordei, fui pegar meu celular para ver as horas e então eu vi que tinha 18 chamadas não atendidas do Gabriel, eu nem me dei ao trabalho de retornar nem nada, tomei um banho, e eu evitava olhar para a banheira porque sempre que olhava a cena dos dois me vinha à cabeça. Eu desci as escadas e fui tomar café, e meus país e minha irmã mais nova estavam na mesa,  minha irmã estava ao lado da minha mãe com um tablete lendo as notícias sobre o evento da noite passada, e quando eu entrei na sala, ela começou a ler as notícias mais Alto, para eu escutar:
- Olha Berta tem notícia sobre você em vários lugares. E o fato do Gabriel ter ido sozinho fez as pessoas comentarem ainda mais.
- O Gabriel foi ?
- Sim, ele foi e deu uma entrevista e tudo mais, a mamãe nem precisou falar o motivo de você não ir, ele mesmo disse:
- O que ele disse?
- Que você não estava se sentindo bem, e por isso não pode comparecer.
-hum.
    Eu mal tomei meu café, não queria ficar ali ouvindo falar dele, eu fui para o meu ateliê, tinha que espairece e então resolvi pintar um pouco, mas quando aprontei as tintas meu celular tocou, e eu resolvi atender, já que afinal eu tinha que tirar essas dúvidas que me rondavam:
- Alô, Berta ? Eu sei que você está aí, e eu também sei que você não me quer ver, mas precisamos conversar acertar as coisas. Berta por favor, eu sei que você está me ouvindo, e meu amor, eu quero te explicar tudo, eu vou ficar te esperando no café que tem em frente ao ateliê, eu liguei para sua mãe e ela me disse  que você está aí e eu gostaria muito que você fosse...
   Antes de ele terminar de falar eu desliguei o celular, naquele momento eu ainda não tinha certeza se iria ou não nesse encontro, então eu continuei pintando, que era realmente o que me relaxava, eu sempre gostei dessa área, e isso sempre me fez bem e esvaziou a minha mente, mas infelizmente não desta vez, eu só conseguia pensar em todas as explicações que eu queria ouvir sobre esses 5 anos que nos dois passamos juntos, então, eu simplesmente fui para o café e me sentei na cadeira em frente à dele:
 - Que bom que você veio...
- Olha Gabriel eu vim aqui só por um motivo, e não foi amor ou qualquer outra coisa que você está achando.
- Berta eu...
  Nesse momento ele tentou pegar na minha mão, mas eu recuei:
- Roberta, eu quero que você me chame de Roberta. E eu vim aqui para você responder as minhas perguntas. E isso é a única coisa que eu quero de você
- Tudo bem, eu vou responder mas...
- Há quanto tempo você é aquela garota estão juntos?
- Está foi à primeira vez.
- E com outra? Você já me traiu com outra?
- Berta, vamos falar do futuro, de nós dois, vamos superar tudo isso e voltar a viver a nossa vida, eu amo você e você também me ama...
- Não, se você está mentindo na intensão de arrumar as coisas ou porque você acha que nós vamos voltar você está muito enganado, eu não amo mais você e eu tenho tanta certeza que você também não me ama. E eu quero respostas claras e verdadeiras, porque depois de todos esses anos isso é o mínimo que você pode fazer.
- Eu estou te traindo já tem pouco mais de 3 anos. A primeira mulher com quem eu fiquei foi na nossa viajem ao México, e depois foram com várias outras mulheres, eu já estou com a Flavia, a garota de ontem já vai completar 1 ano, eu conheci ela quando a mãe dela me convidou para sua festa de 17.
  Ele foi me contando tudo sobre todas as mulheres com quem ele já me traiu um dia, e eu permaneci ali, firme, aguentando tudo calada, olhando fixamente para os olhos dele. Quando tudo terminou, eu apenas me levantei da mesa e fui direto para minha casa, subi para meu quarto e me sentei na cadeira em frente a minha penteadeira, eu fiquei ali parada olhando meu reflexo no espelho, pensando no rumo que eu queria dar na minha vida. E ali, naquele  momento eu encarei a realidade e percebi que não queria mais ser aquela pessoa que eu estava vendo no reflexo então eu decidi mudar o rumo das coisas.