segunda-feira, 23 de fevereiro de 2015

Capitulo 17

  Quando minha mãe falou isso eu não sabia se olhava para a Manu ou para o meu pai, mas uma coisa eu percebi, os dois estavam tão surpresos quanto eu:
- Eu entrei na internet para pesquisar um pouco mais sobre a sua vida, e então eu fui descobrindo cada vez mais sobre você, sua criminosa. E Roberta, você sabia disso? Sabia que ela é traficante?
Eu olhei para a Manu que também estava olhando para mim, ela balançou a cabeça negativamente, queria que eu negasse, mas eu não neguei:
- Sabia, sabia sim, e em nenhum momento eu senti que corria perigo perto dela.
- Palmas para você, acaba de ganhar o prêmio de mais burra do ano, está sendo enganada por uma bandida.
Nesse momento a Manu jogou o guardanapo que estava em seu colo sobre a mesa e se levantou:
- Me desculpem, mas eu não vou ficar aqui ouvindo insultos dessa mulher.
E então eu também retirei o guardanapo do meu colo:
- Mas eu não estou acreditando no que eu estou vendo, você vai atrás daquela bandidinha de quinta?
E foi então que me subiu um fogo tão grande em minhas veias, e eu nem sequer me dei ao trabalho de lembrar que nos estávamos em um restaurante lotado:
- CALA A BOCA! CALA A SUA BOCA! QUEM É VOCÊ PARA APONTAR O DEDO PARA AS PESSOAS? LOGO VOCÊ QUE NUNCA FEZ NADA NA VIDA ALEM DE GASTAR O DINHEIRO DO MEU PAI.
- Berta filha, por favor, vamos nos acalmar...
- Nunca fiz  nada? Eu dediquei a minha vida toda pra cuidar dessa família, eu sempre dei o meu sangue.
- E OLHA QUE BOSTA DE TRABALHO VOCÊ FEZ! A MANUELA É MAIS MINHA AMIGA, ELA É MAIS MINHA MÃE DO QEU VOCÊ NUNCA FOI E NEM NUNCA VAI SER!
- CHEGA! Chega! Parem vocês duas, parem agora mesmo.
Eu respirei fundo e me levantei da mesa, peguei meu telefone e olhei para o meu pai:
- Eu estou indo pai, depois falo com o senhor, boa noite.
- Berta, venha, vamos nos acalmar e resolver esta situação.
- Não pai, a situação já esta resolvida, amanhã eu vou assinar os papeis da sociedade, com ou sem o consentimento dela.
E assim eu fui em direção à porta onde a Manu estava esperando o taxi que ela tinha chamado:
- Manu, me desculpa me desculpa por tudo o que a minha mãe falou, nossa me desculpa mesmo.
- Não foi sua culpa Robe. Está tudo bem. Vai ficar tudo bem, nos vamos ser sócias e vamos ser felizes.
E nos duas entramos no taxi. Quando eu cheguei a meu quarto fui tomar um banho, e eu ja estava quase pronta pra dormir quando alguém bateu na porta, e quando eu abri vi o Jan lá, parado me olhando, virei as costas para a porta e então ele entrou e me seguiu:
- Olha Jan, eu já tive muita briga por hoje, então se não se importa eu prefiro que você volte amanhã.
- Eu não vim brigar, eu vim pedir desculpas, eu tenho agido como um imbecil, e você não merece isso.
- Eu também tenho agido como uma imbecil, então também te devo desculpas.
- Você esta com uma cara meio abatida, aconteceu alguma coisa?
- Eu tive uma briga com a minha mãe, a respeito da minha saciedade com a Manu.
- Ahh, ela me contou sobre a sociedade depois que vocês tomaram café da manhã juntas. Mas eu não sabia que seus pais estavam aqui em Nova York.
- Eles chegaram não tem muito tempo, e olha que beleza, eu já tive uma briga com a minha mãe.
Eu estava triste com toda a situação com a minha mãe em relação a Manu, mas também estava feliz em fazer as passes com o Jan, então eu contei toda a história para ele.
 O Jan foi para o seu quarto já era bem tarde, e quando ele saiu eu fui dormir. No dia seguinte eu acordei bem cedo para tomar café com o meu pai e mostrar para ele os documentos da sociedade com a a Manu, que eu iria assinar:
- Me parece um negocio muito bom, é tudo bem claro, sem nenhum tipo de enrolada ou coisa do tipo, eu acho que vocês estão entrando em um ótimo negocio, e eu falo como empresário, e não como pai.
- Assim que eu peguei esses papeis eu achei a mesma coisa.
- Bem filha, eu acho que você estaria perdendo uma grande oportunidade se não assinasse.
- Então isso quer dizer que você vai me apoiar?
- Isso, vou apoiar as duas, mas uma coisa que nos não conversamos é sobre onde você vai morar.
- Ahh, sobre isso, eu quero uma coisa simples, sem muito luxo ou coisa do tipo.
- Eu estava pensando em algo como Upper East Side, o que você acha?
- Ahh não pai, eu estava pensando mais em algo como o subúrbio.
- Mas eu não acho que a Manu queira morar no subúrbio.
- Não, uma corretora vai mostrar alguns apartamentos para ela no Upper East Side, e também vai me mostrar alguns no subúrbio.
  Eu e meu pai ficamos ali conversando ate a Manu me mandar uma mensagem para nos encontrarmos no escritório do advogado para eu poder assinar a papelada.
Depois de termos assinado tudo, voltamos para o hotel, quando eu cheguei no meu quarto, passado apenas alguns minutos minha mãe bateu na porta:
- Oi Berta.
-Oi mãe.
- Eu queria pedir desculpas para você por ontem no jantar, eu fui uma tola, você já é grande o suficiente para saber o que é bom ou não para si mesma.
- Não é para mim que você tem que pedir desculpas, e sim para a Manu.
- Eu já pedi desculpas para ela, acabei de vir do quarto da Manuela, ela aceitou as desculpas, e eu espero que você também aceite.
Eu aceitei as desculpas da minha mãe, e eu acreditei que ela estava realmente arrependida. Nós almoçamos todos juntos, eu, minha mãe, meu pai e a Manu, e correu tudo bem, minha mãe foi super agradável e simpática, o que eu não gostei no almoço foi que meu pai comunicou que tinha acontecido um imprevisto com uns documentos da impressa e eles teriam que voltar para o Brasil logo pela manhã no dia seguinte.
Eu fui levar meus pais no aeroporto e confesso que chorei um pouco quando me despedi do meu pai. Assim que eles embarcaram eu peguei um taxi e fui encontrar a Manu em um prédio do Upper East Side, ela queria minha opinião antes de fechar negocio com a corretora, quando meu taxi parou na frente do majestoso prédio, eu logo avistei a Manu e a corretora na frente, as duas estavam a minha espera. Nós fomos entrando no elevador do prédio, quando chegamos ao apartamento a Manu ficou toda empolgada e com razão, porque ele era fantástico, nos fizemos um tour pelo local e depois fomos chamar o elevador de volta para irmos embora, quando entramos tinha um homem lá, e eu me surpreendi com ele, porque era muita coincidência, no elevador estava um amigo meus de faculdade, ou melhor, um namorado de faculdade, o Alex, o cara por quem eu já fui completamente apaixonada.