terça-feira, 31 de março de 2015

Capitulo 24

Eu acordei no meu quarto na casa dos meus pais, o Alex estava ao meu lado, deitado com os braços ao meu redor, e quando eu acordei e acendi o abajur, ele imediatamente acordou:
- Oi, como você está?
- Oi.
- Você deve estar um pouco confusa, lá no hospital eu te dei um daqueles calmantes da Manu.
- Onde estão minha mãe e minha irmã?
- Eu dei um calmante para elas também, todas estavam muito nervosas.
- Me abraça?
  E então ele me puxou para mais perto:
- Eu não quero ficar aqui.
- Como assim?
- Tudo nessa casa me lembra ele, e essas lembranças me causam dor, eu....eu quero ir para um hotel, não posso ficar aqui.
  Eu me sentia como se alguém estivasse arrancado um pedaço de mim, eu não conseguia parar de chorar, por mais que eu quisesse:
- Então vamos para um hotel.
- Alguém falou sobre.....o....o funeral?
- Seu pai deixou tudo preparado, vai ser amanhã as 8h20.
- E onde o corpo....onde ele está?
- Está sendo preparado para o funeral.
  Doía tanto saber que eu nunca mais o veria. Eu levantei da cama e fui até minha escrivaninha, peguei um caderno e uma caneta, e depois voltei para os braços do Alex:
- O que você vai fazer?
- Eu quero escrever um elogio fúnebre para o meu pai.
  Foi muito difícil escrever, porque eu não conseguia parar de chorar.
  Eu não tinha dormido quase nada, e pela cara da minha mãe, ela também não, quando eu cheguei na sala, todos já estavam lá, vestidos de preto, dei um abraço na minha mãe e na minha irmã.
Quando chegamos ao cemitério e vimos o caixão do meu pai, minha mãe e minha irmã começaram a chorar, já eu, bem, eu achava que já não tinha mais lagrimas no meu corpo, mas percebi que estava errada, quando eu levantei para ler os elogios fúnebres:
- Eu nunca tive uma morte próxima na família, nunca perdi alguém que eu amasse. Quando meus avós se foram eu era muito pequena para sentir alguma coisa ou me lembrar de alguma coisa, mas agora eu posso contar como é, e meu deus, como dói, parece que tiraram um pedaço de mim, ou que estou sendo sufocada e já não tenho ar nos meus pulmões. Eu li uma vez que " Aquele que nos ama, nunca nos deixa de verdade" e eu acredito nisso, acredito que meu pai não nos deixou, ele só foi para um lugar onde a vista é melhor.
 Enquanto eu falava as lagrimas escorriam pelo meu rosto. Quando chegamos à casa demos todos de cara com o testamenteiro da família:
- Olá a todos, eu queria desejar meus pêsames a vocês.
- Obrigada Marcos.
- E eu vim aqui também para abrirmos o testamento.
- Nós gostaríamos de deixar isso para depois.
- Eu entendo, mas seu pai me deixou ordens para abrir o testamento assim que ele fosse enterrado, ele não queria que vocês ficassem de luto por muito tempo.
 Eu sabia que meu pai não queria que ficássemos de luto. Esperamos o advogado chegar e então fomos para o escritório, eu, o testamenteiro, o advogado, minha mãe e minha irmã.
 O testamenteiro abriu uma maleta e tirou de lá de dentro algumas folhas de papel, e começou a ler o que meu pai tinha deixado para cada um:
- Para Tatiana, minha esposa deixo o apartamento no Rio de Janeiro, o barco que está em Santos, deixo também a casa de São Paulo, onde ela e minha filia  mais nova vivem atualmente, mas esta casa só poderá ser vendida com o consentimento de minhas duas herdeiras, deixo para ela também 5%da empresa, fora dinheiro em conta, carros e objetos de valor.
Minha mãe não falou nada, mas pareceu ficar um pouco desapontada por ter ficado só com 5% da empresa:
- Para Alice, minha filha mais nova, eu deixo o apartamento na Florida, 25% da empresa, 50% dos meus investimentos, no qual ela só poderá mexer quando completar seus 21 anos de idade, deixo para ela também dinheiro em conta, objetos de valor, e carros.
Minha irmã não expressou qualquer tipo de reação, mas já minha mãe, pareceu bastante incomodada:
- Agora para Roberta, minha filha mais velha, eu deixo todo o meu acervo de arte, tanto o pessoal quanto o da empresa, deixo também para ela 60% da empresa, tornando-a assim, a acionista  majoritária, e também os outros 50% dos meus investimentos, deixo também carros e objetos de valor. É por fim, deixo 10% da empresa para serem divididos entre os meus funcionários mais leais.
  Depois de assinar todos os papeis necessário, nós fomos para a sala de estar:
- Então filha, agora que a cadeira presidência é sua, você não vai mais voltar para Nova York ?
- Vou sim, eu fiz uma promessa para uma pessoa.
- E a empresa? Como você pretende fazer?
- Eu vou escolher alguém de minha confiança  e que também entenda de negócios para ser meu representante na presidência.

  E nesse exato momento a expressão dela mudou.

domingo, 22 de março de 2015

Capitulo 23

                       

- Calma amor, por que você tem que ir pro Brasil? O que aconteceu? 
- Minha mãe acabou de me ligar, meu pai, parece que ele está internado em estado grave. 
- Então eu vou com você, só vou pegar algumas coisas no meu apartamento. 
- Eu também vou. 
- Você o quê? 
- Jeff, eu vou com a minha amiga. 
- Manuela você esta de casamento marcado, não pode sair agora! 
- Olha, você que não me irrite, que para mim acabar com essa droga de casamento não me custa nada. 
- Não, Manu, ele está certo, é melhor você ficar, eu te dou notícia. 
Enquanto o Alex pegava as coisas dele, eu fui jogando algumas roupas aleatórias em uma pequena mala de mão, estava tremendo muito. Quando voltei para a sala, a Manu já tinha ligado para uma amiga dela que trabalhava em uma companhia aérea aqui em Nova York: 
-  Tem duas passagens com destino a São Paulo, está uma no seu nome e outra do da Robe, é só apresentar os documento e pegar. 
- Tudo bem. 
O Alex pegou a minha mala, e quando nós estávamos saindo, a Manu me deu uns comprimidos: 
- São calmantes, os que eles dão no hospital de calmante não tem nada, leva o frasco todo. 
- Eu mando notícia. 
- Amiga, aguenta firme, ele vai sair dessa. 
  Eu tomei um dos calmantes no avião, e dormi, quando o Alex me acordou, o avião já estava quase pousando.
 Quando desembarcamos, o Fernando, motorista da minha mãe estava nos esperando, eu estava muito aflita: 
- Fernando, você pode me deixar no hospital, e depois leva as malas e o Alex para a minha casa por favor. 
- Claro senhorita. 
- Nada disso, eu não vou deixar você sozinha nem a pau. 
 Eu passei pela recepção para pegar o papel de visitante, e quando eu fui para a sala de espera, eu vi minha mãe, ela estava pálida e com cara de quem não dormia há séculos, minha irmã estava cochilando em uma das poltronas, e eu vi também o Gabriel estava na  poltrona ao lado da dela, ele estava com a cabeça baixa, eu ignorei os dois e fui logo até minha mãe, eu dei um abraço apertado nela: 
- Como você está? 
- Bem, na medida do possível. 
- Em que quarto ele está?
- No 1418, no final do corredor a esquerda. 
- Eu vou lá. 
  Eu olhei para o Alex e ele imediatamente entendeu que eu queria que ele me acompanhasse e então ele pegou na minha mão, enquanto eu passava pelo corredor, coloquei na minha cabeça que não iria chorar. 
Cheguei na porta do quarto, e ela estava fechada, antes de entrar eu respirei fundo e depois de alguns instantes finalmente entrei, meu pai estava cercado de aparelhos, ele também estava careca e bem mais magro do que eu me lembrava, estava cochilando, e eu tive alguns minutos para analisa-lo, ele estava extremamente pálido. Eu não consegui conter algumas lagrimas que escaparam bem na hora em que meu pai acordou: 
- Minha filha linda. 
Eu enxuguei as lagrimas, peguei na mão dele e sorri: 
- Pai.... 
Eu estava fazendo um esforço tão forte para não chorar, mas eu não estava me saindo tão bem: 
- Que bom que você está aqui filha, eu queria te ver, queria minhas três mulheres juntas mais uma vez. 
Ele falava  a com bastante esforço, e estava bem debilitado: 
- O senhor vai ter suas três mulheres juntas por muito tempo, eu vou voltar para São Paulo e nós vamos voltar a viver juntos. 
- Berta, não, você não vai fazer isso, eu não quero que você abandone os seus planos em Nova York, e eu quero que você me prometa que não vai fazer isso, que não vai voltar para o Brasil, que não vai ficar muito tempo de luto, que não vai parar a sua vida, me prometa. 
- Pai, para, para de falar como se o senhor não fosse mais estar aqui, porque vai estar, o senhor vai melhorar e vai sair dessa. 
- Roberta, você tem que estar preparada, tem que encarar a realidade. 
- O senhor tem que ter fé. 
- Eu assinei a ONR. 
- O senhor fez o quê? 
  E foi nesse momento que todo o choro que eu estava segurando veio a tona: 
- O senhor não pode tomar essa decisão sozinho assim, não é justo. 
- Roberta eu já tomei a minha decisão. 
- Eu vou atrás dos seus médicos, ou da administração do hospital, não sei, vou dizer que o senhor se arrependeu e quer anular a ONR, eu....eu... isso não é justo, não....não é justo. 
  Eu mal conseguia falar, estava chorando tanto que as palavras não saíam: 
- Filha, vai ser melhor assim, eu não quero ser reanimado e acabar me tornando um vegetal esquecido em uma cama, por favor Berta, tente entender. 
  Eu peguei na mão dele, eu compreendia, mas não queria aceitar: 
- Filha, eu fiz algumas alterações no testamento, eu coloquei você como minha maior beneficiada, quero que você fique com a maior porcentagem da empresa. 
- Pai, não vamos falar disso, o senhor vai sair dessa. 
- Filha, eu quero que você me prometa que não vai ficar muito tempo de luto, que não vai parar com os projetos e planos, que vai seguir em frente aconteça o que acontecer, eu não iria gostar de ver você passando um longo período de tempo se martirizando, eu só quero ouvir você prometer. 
  Eu beijei a mão pálida e magra dele, e ainda chorando respondi do fundo do meu coração: 
- Eu prometo. 
  Eu tive que sair do quarto porque ele tinha que fazer alguns exames, e aproveitei para  ir a capela do hospital rezar um pouco, o lugar estava um pouco cheio. Eu não era boa naquilo: 
" Meu Deus, eu sei que não falo com o senhor com tanta frequência, mas desta vez eu tenho um grande motivo, não sei bem como fazer isso ja que eu não sou muito religiosa nem nada, mas queria te pedir pela vida do meu pai, eu não saberia viver sem ele, porque afinal, ele é a pessoa que eu mais amo nesse mundo, ele sempre foi meu super herói e vê-lo daquela maneira, deitado naquela cama foi a pior coisa do mundo, meu pai é um homem bom, e por favor Deus, eu te  imploro, salva o meu pai, Amém" 
  Eu voltei para a sala de espera, e quando eu cheguei eu vi o Gabriel abraçando minha mãe e o Alex estava na cadeira ao lado confortando a minha irmã, as duas choravam muito, e então eu entendi a situação, e tudo começou a acontecer em câmera lenta, eu passei por eles correndo e fui direto para o quarto onde meu pai estava, quando eu cheguei na porta, pude ver os médicos no quarto, e aquele barulho agudo do aparelho era a única coisa que eu ouvia, me lembro de estar sentindo tanta dor, que até hoje não tenho palavras para descrever, quando eu vi meu pai deitado naquela cama, pálido, sem nenhuma vida, eu desabei, e cai de joelhos em frente a porta do quarto, me lembro do Alex vindo em minha direção e me segurando, eu chorava enlouquecidamente, e juntamente com o choro, vinha uma dor enorme. Aquele foi sem sobra de duvida o pior momento da minha vida e o único em que eu desejei morrer. 

ONR= Ordem de não ressuscitar. 

sábado, 14 de março de 2015

Capitulo 22

                         
Eu chamei o chaveiro e ele abriu a porta, eu peguei a minha chave que estava trancada dentro do apartamento, e também peguei as coisas que eu precisava, e então subi para o apê do Alex:
- O que vamos fazer hoje?
- Vamos ficar aqui e ver um filme ou fazer uma maratona de Game of thrones , eu acho que já sei a resposta, mas o que você prefere?
- É óbvio que eu prefiro Game of thrones.
  Nós assistimos quase uma temporada, até que o Alex não resistiu e pegou no sono, eu terminei de ver a temporada completa e me juntei a ele na terra dos sonhos, quando nós dois acordamos, já estava na hora do jantar e eu estava com um sensação estranha, eu não sabia explicar.
Jantamos e então meu celular tocou, era a Manu pedindo mil desculpas por não ter respondido minhas mensagens, ela também disse que estava voltando porque tinham adiantado a prova do vestido dela.
 Eu encontrei a Manu na loja de noivas, quando eu a cheguei já estava com alguns vestidos no provador, ela estava usando um vestido branco com renda, a parte de baixo dele era toda fofa, era literalmente um vestido de baile:
- O que você acha desse aqui?
- Eu achei lindo, mas não acho que seja o seu tipo de vestido.
- Eu também não, eu quero uma coisa mais sexy,não quero parecer uma debutante, estava pensando em seda, justo e com talvez um pouco de renda.
Ela virou para a vendedora e disse o que queria, e ela trouxe alguns, ela provou três, e não gostou de nenhum, mas quando ela vestiu o quarto, ficou completamente perfeita, ele destacava as lindas curvas do corpo dela, e tinha um bordado com pérolas na barra que era uma coisa de louco:
- É esse? Você esta se sentindo uma noiva?
- Sim, é esse, esse é o vestido, o meu vestido.
 Voltamos para a casa da Manu, e no caminho eu contei para ela sobre o meu namoro com o Alex, ela obviamente adorou, porque se existia algum puxa-saco dele, esse alguém era a Manuela:
- Mas agora mudando de assunto, o que você tem? Está estranha.
- Não sei, estou angustiada, com um pressentimento ruim, não sei explicar.
  Chegamos em casa e esperamos os meninos para nós pedirmos comida, tínhamos acabado de comer quando o meu celular tocou, e quando eu olhei para a tela eu vi que a ligação vinha do Brasil, eu atendi e era a minha mãe, ela estava se controlando para no chorar.
Ela me deu uma noticia que me deixou completamente desnorteada, eu perdi o chão, desliguei o celular e eu simplesmente não sabia o que fazer, assim que eu desliguei o Alex percebeu que eu estava tensa:
- O que foi?
Eu não sabia o que fazer, ou dizer, eu tinha perdido o chão:
- Eu.... Eu tenho que ir pro Brasil.
- O quê?

- Eu tenho que pegar o próximo avião para o Brasil, tenho que voltar, é urgente.

sábado, 7 de março de 2015

Capitulo 21

Eu já não estava aguentando de ansiedade, e pra melhorar o Jeff se atrasou a Manuela se recusou a nos contar até que ele chegasse, e quando ele me chegou nem esperei e já fui logo perguntando:
- Então, o que vocês têm para contar, eu já estou morrendo de curiosidade.
- Bem, nós  iríamos esperar até a sobremesas mas já que você esta morrendo.
- Eu e o Jeff vamos nos casar.
 Eu quase me engasguei, fiquei completamente chocada, nunca imaginei que a Manu fosse se casar, ou não tão cedo:
-Meu deus Manuela, casar?
- Sim, casar, e eu já pensei até em um mês.
- Nossa. Que mês você escolheu?
- Maio, o dia eu ainda não sei.
- Meu deus, mas isso é daqui dois meses!
- Sim, nós dois queremos fazer isso logo.
- Bom, então só me resta desejar felicidades ao casal.
 Depois do almoço o Alex me deu uma carona até o escritório da corretora, ela tinha novidades sobre o meu apartamento, o proprietário tinha aceitado a minha oferta, e o apartamento era meu.
Eu não via a hora de me mudar, mas primeiro tinha algumas coisas para acertar, como pintar as paredes e trocar a mobília e os eletrodomésticos.
Eu saio do apartamento e fui direto para uma loja de moveis, e eu liguei pro Alex, para ele vir me ajudar com a escolha dos moveis:
- Oi gata, é você quem está precisando de uma ajudinha?
- Se você estiver solteiro, sou eu mesma, e ai, você está?
- Na verdade eu estou tentando namorar uma pessoa ai, mas ela é meio difícil sabe.
- Entendo talvez você só tenha que chegar junto e se impor.
- E você acha que ela aceitaria namorar comigo?
Nós escolhemos os moveis e infelizmente o que eu escolhi a loja só teria para entregar dali a uma semana.
Começou a chover, e eu estava sem a chave da casa da Manu, e ela iria dormir na casa do Jeff, para a minha grande sorte mulher que trabalhava para a Manu estava de folga, e a Manuela iria passar todo o fim de semana na casa do Jeff que eu não sabia o endereço, eu tentei ligar para o casal de pombinhos, mas nenhum deles atendeu então eu obviamente tive que dormir na casa do Alex:
- Conseguiu falar com algum dos dois ?
- Não, só dá fora de área ou desligado. Acho que vou ter que dormir aqui.
- Então meus sonhos de ver você dormindo outra vez do meu lado, vestida uma camiseta minha vai se realizar?
- Nem vem taradão, eu vou ficar no quarto de hospedes.
- Eu sou tão sortudo, que o quarto de hospedes está em reforma.
- Mas e o outro quarto de hospedes?
- Eu estou reformando os dois, e também os banheiros, porque minha irmã e uma amiga dela vão vir passar um tempo aqui.
- Então, acho que hoje é seu dia de sorte.
- Vou até abrir um vinho para comemorar.
Nós bebemos uma garrafa e meia de vinho e depois fomos dormir.
Eu acordei durante a noite e percebi que nós estávamos de conchinha, e eu estava me sentindo tão bem ali nos braços dele, como eu já não me sentia havia muito tempo, ele acordou sem abrir os olhos e ainda com os braços ao meu redor ele disse:
- Está tudo bem ?
- Sim, está tudo bem.
- Então vamos voltar a dormir?
- Vamos, vamos sim.
Eu poderia ficar ali a vida inteira, nos braços daquele homem, me sentindo tão amada e
Desejava do que nunca.
Nós acordamos e ainda estávamos de conchinha, e eu senti um cheiro maravilhoso de café fresco:
- Bom dia.
-Bom dia, que cheiro bom de café é esse, quem fez?
- Deve ter sido a Fran, a mulher que trabalha aqui.
  Ele deu um beijo na minha cabeça e levantou depois eu encontrei ele na mesa, já tomando café:
- Mais tarde eu vou chamar um chaveiro para abrir a porta para mim.
- Não gostei da notícia.
- Eu tenho que pegar roupas limpas.
- Então isso quer dizer que você vai dormir aqui de novo?
- Sim, não é isso que namorados fazem, dormem um na casa do outro?
- Você está dizendo que aceitou o pedido de namoro que eu te fiz na loja de móveis ontem?
- Lógico que eu aceitei, eu sou louca de deixar você andar por Nova York solteiro?
Ele se levantou de onde estava sentado e veio em minha direção, e então me deu um beijo:

- Então acho que eu deveria começar o dia dando um beijo na minha linda namorada

quarta-feira, 4 de março de 2015

Capitulo 20


Eu, a Manu e o Jan, fomos almoçar juntos e depois passamos na obra da galeria:
- Nossa como isso aqui esta adiantado, você vão inaugurar quando?
- Daqui a pouco menos de um mês.
-Caramba Rode, seu namorado é eficiente.
  Eu não iria mais debater com ninguém sobre esse assunto, já que eu e o Alex estávamos saindo:
- Boas meninas eu tenho que dar uma noticia para vocês. Eu vou voltar para Paris amanhã.
- Mas como assim você já vai ?
- Já faz um mês que eu vim para cá, e minha casa é lá, minha vida esta lá.
- Mas eu não entendo.
- O que você não entende?
- O motivo de você voltar para lá, estamos abrindo uma galeria aqui, e você ja pode se considerar da equipe.
- Meninas eu realmente agradeço, mas como eu disse, tenho uma vida lá em Paris.
- Mas e a Frida? Você vai deixar ela?
- Não, ela tirou um mês de férias, então ela  vai comigo.
- Mas e depois? Depois que as ferias dela acabarem? O que você vão fazer?
- Ainda não planejamos isso.
    Estávamos desnorteadas com a notícia que o Jan nos deu, eu não queria que ele fosse embora, não porque eu tinha segundas intenções, mas sim porque ele era meu amigo, e eu gostava dele, mas infelizmente eu não podia obriga-lo a ficar aqui, a Manu ficou mais chocada ainda porque ela estava esperando que ele aceitasse a proposta de emprego, o que não aconteceu.
- Eu ainda não entendo. 
- É uma escolha dele amiga, não podemos fazer nada.
- Eu sei, e é isso que esta me revoltando, eu sempre posso fazer alguma coisa e dessa vez não.
  A Manu foi  se encontrar com o Jeff, e eu fui me encontrar com o Alex, ele me levou para conhecer um amigo dele que era grafiteiro. No café da galeria tinha uma parede branca e ele estava querendo fazer um grafite, mas precisava que ou eu ou a Manu aprovássemos, eu adorei a ideia, mas antes de aprovar eu liguei para minha sócia, e ela aceitou de primeira, depois de confirmar com ela, eu tinha que escolher o que seria escrito, até que o Alex deu a ideia:
- Por que vocês não escrevem Urban Art já que vai ser o nome da galeria?
- Ótima ideia.
  E então ficou decidido, depois o Alex me deu uma carona até o prédio, eu tinha que pegar uns papeis para a corretora. Eu estava em duvida sobre o apartamento, e então ela me enviou a planta de todos eles por e-mail, e foi ai que eu escolhi com qual iria ficar, ele tinha dois quartos, sala, cozinha, e um banheiro, quando eu mostrei pra Manu, ela quase me matou, a Manuela queria que eu continuasse morando com ela, mas eu tinha que arrumar o meu cantinho, encontrei a corretora em frete ao meu futuro prédio:
- Bom dia Roberta.
- Bom dia Marise.
- E então, já temos um escolhido?
- Sim, eu vou ficar com um desse prédio.
- Qual? O do quarto ou do segundo andar?
- O do segundo, eles tem o mesmo tamanho, mas esse está em melhor estado.
- Tudo bem então, vamos fazer a proposta e ver se o proprietário aceita.
  Eu cheguei a casa e a Manu estava me esperando:
- Oi oi.
- Oi.
- Onde você estava ?
- Fui fazer a proposta do apartamento.
- Ai meu deus Roberta...
- Nós já conversamos sobre isso.
- Esta bem, esta bem, mas agora mudando de assunto, vamos jantar com o Jan e a Frida e o Jeff hoje, e você bem que podia levar o Alex.
- Vamos sim, liga para o Alex que eu só vou tomar um banho.
  Nós jantamos em um restaurante maravilhoso e no fim do jantar a Manu sugeriu irmos todos para o apartamento dela tomar um vinho, mas infelizmente o Jan e a Frida não puderam ir porque eles tinham que terminar de arrumar as malas e tudo mais então eles dois ficaram, nós nos despedimos do Jan e da Frida, e eu e a Manu reforçamos a proposta de emprego que tínhamos feito para ele.
Nós já estávamos na segunda garrafa de vinho, e a Manu já estava bastante bêbada, e eu confesso que também estava um pouco, admito isso, o Alex estava indo embora, e então eu fui acompanhar ele até a porta e na hora de nos despedirmos eu dei um beijo nele, um beijão:
- Até amanhã Alex.
- Até amanhã
Ele respondeu para mim com uma cara de espanto e alegria ao mesmo tempo, já eu, como estava bêbada, nem percebi o que tinha feito, e quando percebi, nem me importei, já tinha feito mesmo:
- Ou eu estou bêbada de mais ou você acabou de beijar o Alex?
- Então acho que também estou bêbado porque também vi isso.
- Na verdade eu o beijei mesmo, e agora vou dormir boa noite.
- Boa noite.
- Boa noite.
   O Jeff dormiu em casa, e ele levou eu e a Manu no aeroporto para nos despedirmos do Jan e da Frida mais uma vez.  E depois fomos para a galeria onde o Alex estava:
- Oi gente.
- Oi oi.
- Oi.
  Como eu já tinha dito antes, eu e o Alex tínhamos muita intimidade e então não ficou um clima estranho, mas os dois sabiam o que tinha acontecido:
- Gente, eu queria convidar vocês dois para almoçar comigo e com o Jeff hoje, temos uma coisa muito importante para anunciar para vocês.
- Eu só espero que você não diga que desistiu da galeria e que vai voltar para a Holanda, porque se você fizer isso eu te mato, não vou aguentar mais um abandono, já basta o Jan Pierre.

Ela ficou em silêncio, e isso me preocupou.