terça-feira, 3 de fevereiro de 2015

Capitulo 13

             - Bom dia, você esta bem ?
- Sim, estou.
- Você bebeu bastante ontem...
- Diferente da vez que eu bebi em Paris, eu me lembro de tudo.
Isso era mentira, eu lembrava de algumas coisas, mas não de tudo:
- Então você se lembra do cara no bar e de como... É... Você interagiu com ele?
Nesse momento eu perdi a paciência e explodi com ele:
- Qual é a sua?
- O... O quê?
- É, qual é a sua? Você esta aqui me julgando por ter flertado com o cara do bar ontem mas e você? Você com a Frida.
- Pera ai, você também não pode jogar nada na minha cara.
- Sim, eu posso, porque você me fez achar que estava afim de mim, e no final você simplesmente me chutou pra fora.
- Eu não te chutei pra fora, simplesmente desisti quando eu notei que não era recíproco.
- Reciproco, ahhhh pelo amor de deus, como você desiste fácil, e fora que em nenhum momento você me disse que estava afim. 
- Pelo amor de deus digo eu, Roberta, eu beijei você, eu me meti entre você e o seu ex, porra! eu me mostrei interessado desde o primeiro momento.
- ISSO! Você me beijou, mas depois fingiu que nada tinha acontecido!
- PORQUE EU NÃO ACHEI QUE VOCE ESTIVESSE AFIM!
- MAS EU ESTAVA!
E nesse momento alguém bateu na porta, e quando eu fui abrir vi que era do serviço de quarto, o Jan tinha pedido café da manha para nos dois, mas eu estava tão brava mais tão brava:
- Desculpe atrapalhar, mas temos um pedido de café da manha.
- Fui eu quem pediu, pode deixar ai, obrigada.
- Não, pode levar, eu vou tomar meu café em alguma cafeteria sozinha.
E eu peguei minha bolça e meu celular que estava na cama, e sai deixando o Jan Pierre com seu café da manhã lá.
Peguei um taxi e fui para o centro, onde tinha uma cafeteria que eu sempre ia com meu pai, eu estava pensando em como tudo na minha vida estava dando pra trás, a traição do Gabriel, as brigas com a minha mãe, e todo o resto. Eu resolvi dar uma olhada nos meus e-mails para ver o que tinha de novo, mas o único que eu acabei lendo foi um bem recente que era da minha mãe.

Capitulo 12

                 
E quando o Jan abriu a porta, a Frida estava lá de novo:
- Oi oi, eu e a Robe temos reserva para o jantar, vamos? E o convite vale também
para a sua amiga.
Eu fiquei um pouco chocada em vê-la pela segunda vez no quarto dele, e fiquei mais chocada ainda com o convite da Manu. O Jan olhou para a Frida e depois voltou sua atenção para a Manu:
- Bom, então nos encontramos lá em baixo daqui uns 15 minutos.
  Quando eles chegaram, e a Manu já estávamos na mesa e o Jan com toda a sua mania de cavalheiro puxou a cadeira para a Frida. Eu e a Manu só tínhamos pedido bebidas, ela estava tomando vinho branco, e eu como já sabia que a noite iria ser longa já tratei logo de beber uísque, e quando eles chegaram eu já tinha bebido duas doses:
- Caramba Robe que milagre você bebendo.
Eu dei um sorrisinho bem falso pra ele e estava me preparando para dar uma resposta, mas a Manu percebeu e me interrompeu:
- Então Frida, você é daqui mesmo?
- Na verdade eu sou da França, mas vim pra cá já faz alguns anos.
- E você também é do ramo da arte como o Jan?
- Não, eu sou jornalista, eu tenho uma coluna semanal no New York Times.
- E sem falar que ela é escritora.
O Jan era um grande puxa saco daquela insuportável, e eu juro que se não fosse o uísque eu não teria suportado:
- Nossa que legal, e você tem quantos títulos publicados?
- Na verdade eu não tenho nenhum, as editoras que eu mostrei os livros não se interessaram muito.
- Elas aconselharam a Frid a procurar um patrocinador ou algo do tipo.
Eu nem estava mais prestando atenção no que eles falavam na minha cabeça só vinha o quanto o apelido Frid era feio.
   Depois que já tínhamos comido e falado sobre a Frida eu sugeri irmos para um barzinho que ficava em frente ao hotel, e todos aceitaram, eu já fui chegando e pedindo uma dose de tequila, que imediatamente se misturou com o uísque e subiu para a cabeça.
Estávamos todos sentados em uma mesa, falando sobre alguma coisa que eu nem prestei atenção porque estava mais interessada no cara gato que estava flertando comigo do balcão do bar:
- Já volto.
- Aonde você vai?
Eu já estava de saco cheio das perguntas do Jan, e desta vez eu não iria me controlar. 
- Vou tomar uma bebida com aquele cavalheiro ali.
- Você não acha que esta bêbada de mais  para isso ?
- Com tanto que eu não acorde na cama de um francês cretino, eu vou ficar bem.
Essa indireta foi bem direta, porque até é Frida percebeu.
Fui até bar e fiquei lá com o cara que se chamava Tom, ele me pagou várias tequilas, até que a Manu foi lá me buscar para voltarmos para o hotel.
Ela tinha um compromisso bem cedo no dia seguinte e não iria dormir no hotel, e então ela entregou o cartão reserva do meu quarto para o Jan, pra ele ir ver como eu estava durante a noite ou algo do tipo. Eu me lembro de ter visto a Frida entrar em um taxi e a Manu subiu até o quarto dela pera pegar algumas coisas, e eu fiquei no meu quarto a noite toda.
No dia seguinte eu tinha acabado de sair do banho quando o Jan entrou no meu quarto para verificar se eu estava bem.