Eu levantei da penteadeira e desci as escadas para ir falar com meu pai sobre as mudanças que eu pretendia fazer em minha vida, mas consequentemente dei de cara com a minha mãe que não parecia estar nada contente:
- Roberta, eu tenho que falar com você imediatamente, venha
comigo.
E eu não tive muita
escolha a não ser segui-la até a
biblioteca, onde depois que eu entrei ela trancou a porta :
- O Gabriel acabou de nos ligar.
- E o que eu tenho a ver com isso ?
- Ele queria saber se o fato de você ter terminado o namoro
de vocês iria interferir nos negócios dele com seu pai, ou no modo como nossa
família o trata.
- E o que você disse para ele ?
- Eu disse que convenceria você a voltar com ele, imagina só
se essa história vasa e a imprensa interpreta essa briguinha de vocês como um
término definitivo? Já estou até imaginando os tabloides das colunas sociais
"Casal modelo se separa". Pense só em como isso poderia nos atingir?
Só de pensar nisso já me da urticária. Mas voltando ao assunto, o Gabriel está
esperando uma ligação sua, para vocês...
Naquele momento
eu percebi que se queria realmente mudar minha vida eu teria que me impor e
mostrar que não iria mais abaixar a cabeça pra ninguém, muito menos para as
futilidades da minha mãe maluca, então foi aí que eu me rebelei:
- Só que se você está achando que eu vou voltar com ele você está muito enganada, eu
estou farta de ser controlada e manipulada por todos, e você tem que rezar
muito para eu não escrever uma nota pessoalmente sobre o término do meu namoro,
e contar realmente o que aconteceu, ai sim você vai ver os tabloides das
colunas sociais dizendo "Casal modelo se separa depois da artista plástica
pegar o empresário nu na banheira com uma garota 18 anos".
- Roberta não...
- Ahh cala a boca mãe, eu vivi minha vida inteira paparicando
vocês todos e colocando as necessidades de vocês sempre à frente da minha, mas
agora chega! Eu quero viver a minha vida.
E assim eu passei
por ela, destranquei a porta e deixei-a lá, sozinha. Eu confesso que no momento
em que sai daquela sala me senti mais
leve. Eu entrei no escritório do meu pai e me sentei na cadeira em frente à
mesa onde ele estava:
- Oi filha.
- Oi pai, você já está sabendo do meu término com o Gabriel?
- Sim, ele me ligou mais cedo querendo saber se isso
afetaria os nossos negócios. Então eu
disse para ele que iria falar com você antes de dar minha resposta, mas
eu não preciso eu sei que se você não
quis continuar seu relacionamento com ele é porque finalmente percebeu que ele
não era bom para você.
- E isso quer dizer que você não vai mais fazer negocio com ele?
- Muito pelo contrário, ele era um péssimo namorado, mas é
muito bom em relação aos negócios. Mas não é por isso que estamos tendo esta
conversa não é?
- Na verdade não, eu queria pedir seu apoio, tanto psicologicamente
quanto financeiramente para fazer um mochilão por lugares em que eu sempre quis ir mas nunca tive coragem.
- Você tem o meu apoio.
No dia seguinte
eu acordei cedo e fui atrás de tudo para poder fazer minha viagem, e no outro
dia eu já estava embarcando com destino a Amsterdã. Eu cheguei lá e fui logo
procurar um lugar para passar a noite. Assim que eu encontrei um hotelzinho barato,
fui a uma cafeteria, e quando eu estava sentada
no balcão, tomando um café e estava conversando com a barrista quando
uma mulher loira que estava ao meu lado se virou:
- O que você esta procurando aqui em Amsterdã?
- Estou buscando historias novas.
- Então você deu sorte, porque se alguém nessa cidade pode
te proporcionar isso sou eu.
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