sábado, 9 de julho de 2016

Manuela Sobano Alffrerie

3.
“Ardia por fora, mas estava gelada por dento”
-Boa noite, em que posso ajuda-la?
- Boa noite, eu gostaria de uma suíte.
- Para quantas noites?
- Uma.
- Para quantas pessoas?
- Só eu, gostaria de ficar na cobertura.
- Infelizmente nossa cobertura não esta vaga. Mas temos um quarto auto o suficiente e com os mesmos luxos.
-Minha única exigência é ficar o mais próximo da cobertura possível.
- Isso não será um problema.
Logo após registrar a minha entrada, fui para a minha suíte, que ficava logo abaixo da cobertura, onde estava August Davis. Eu não sabia muito bem como iria fazer para entrar em seu quarto, mas sabia que tinha que ser feito o quanto antes, então peguei a minha pistola e coloquei na cintura, e parti para os elevadores, com destino ao andar de cima. No fim do corredor tinha uma camareira:
- Olá, você sabe me dizer se o homem daquele quarto esta aqui?
E apontei para a porta:
 - Sim senhora.
- E você não me conseguiria um cartão chave para abrir a porta?
- Eu sinto muito, mas não tenho permissão para isso.
Eu a analisei e percebi que tinha tirado a aliança recentemente, pois havia uma marca onde o anel havia evitado o bronzeamento. E foi então que decidi arriscar:
- É meu marido que esta naquele quarto, ele me disse que iria para o Canada em uma viagem de negócios, mas o meu detetive o rastreou até aquele quarto, e eu tenho que saber se ele esta com outra mulher. 
Fingi um choro breve e resolvi apelar ainda mais:
- Nós temos três filhos lindos, e uma bela casa, somos uma família feliz e eu não posso viver mais um dia com essa duvida.
- Senhora, eu também tenho filho, não posso perder esse emprego. Eu sei pelo que a senhora esta passando, acredite eu já passei por uma situação muito pior, e sou a única forma de sustento da minha casa no momento.
Ela ficou me analisando com um olhar de piedade e então me entregou o cartão chave:
- Não agonize mais um dia, não vou negar ajuda a uma mulher que quer se libertar.
- Muito obrigada, muito obrigada mesmo.
Eu peguei uma caneta que estava em seu carrinho de arrumadeira e juntamente com um pedaço de papel e anotei meu numero de celular:
- Qual o seu nome?
- Cris.
- Cris, esse aqui é o meu celular, se acontecer qualquer coisa com o seu emprego você pode me ligar, meu nome é Manuela. Não pense duas vezes em me ligar, se acontecer qualquer coisa, qualquer coisa mesmo.
Ela sorriu e colocou o papel no bolso do seu uniforme. E eu segui para a porta do quarto. Antes de entrar eu respirei fundo e saquei a minha pistola, e então a abri. Ele estava virado para a janela, falando ao telefone. Quando me viu, ali bem na sua frente, pareceu ficar surpreso, principalmente levando em conta que eu estava apontando uma arma para ele:
- Manuela minha querida.

- Oi August Davis, ou devo lhe chamar de pai?

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Gostou da história ? Então dixe um comentário
Não gostou da história ? Então deixe sua opinião