3.
“Ardia por fora, mas estava gelada
por dento”
-Boa noite,
em que posso ajuda-la?
- Boa noite,
eu gostaria de uma suíte.
- Para
quantas noites?
- Uma.
- Para
quantas pessoas?
- Só eu,
gostaria de ficar na cobertura.
-
Infelizmente nossa cobertura não esta vaga. Mas temos um quarto auto o
suficiente e com os mesmos luxos.
-Minha única
exigência é ficar o mais próximo da cobertura possível.
- Isso não
será um problema.
Logo após
registrar a minha entrada, fui para a minha suíte, que ficava logo abaixo da
cobertura, onde estava August Davis. Eu não sabia muito bem como iria fazer
para entrar em seu quarto, mas sabia que tinha que ser feito o quanto antes,
então peguei a minha pistola e coloquei na cintura, e parti para os elevadores,
com destino ao andar de cima. No fim do corredor tinha uma camareira:
- Olá, você
sabe me dizer se o homem daquele quarto esta aqui?
E apontei
para a porta:
- Sim senhora.
- E você não
me conseguiria um cartão chave para abrir a porta?
- Eu sinto
muito, mas não tenho permissão para isso.
Eu a
analisei e percebi que tinha tirado a aliança recentemente, pois havia uma
marca onde o anel havia evitado o bronzeamento. E foi então que decidi
arriscar:
- É meu
marido que esta naquele quarto, ele me disse que iria para o Canada em uma
viagem de negócios, mas o meu detetive o rastreou até aquele quarto, e eu tenho
que saber se ele esta com outra mulher.
Fingi um
choro breve e resolvi apelar ainda mais:
- Nós temos
três filhos lindos, e uma bela casa, somos uma família feliz e eu não posso
viver mais um dia com essa duvida.
- Senhora,
eu também tenho filho, não posso perder esse emprego. Eu sei pelo que a senhora
esta passando, acredite eu já passei por uma situação muito pior, e sou a única
forma de sustento da minha casa no momento.
Ela ficou me
analisando com um olhar de piedade e então me entregou o cartão chave:
- Não
agonize mais um dia, não vou negar ajuda a uma mulher que quer se libertar.
- Muito
obrigada, muito obrigada mesmo.
Eu peguei
uma caneta que estava em seu carrinho de arrumadeira e juntamente com um pedaço
de papel e anotei meu numero de celular:
- Qual o seu
nome?
- Cris.
- Cris, esse
aqui é o meu celular, se acontecer qualquer coisa com o seu emprego você pode
me ligar, meu nome é Manuela. Não pense duas vezes em me ligar, se acontecer
qualquer coisa, qualquer coisa mesmo.
Ela sorriu e
colocou o papel no bolso do seu uniforme. E eu segui para a porta do quarto. Antes
de entrar eu respirei fundo e saquei a minha pistola, e então a abri. Ele
estava virado para a janela, falando ao telefone. Quando me viu, ali bem na sua
frente, pareceu ficar surpreso, principalmente levando em conta que eu estava
apontando uma arma para ele:
- Manuela
minha querida.
- Oi August
Davis, ou devo lhe chamar de pai?
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