sábado, 9 de julho de 2016

Manuela Sobano Alffrerie


Inicio da história da Manu, que dedico a minha amiga Rebeca que tanto me encorajou a escrever e postar sobre essa personagem. Espero que gostem. 

1.
“ O sentido da vida é pra frente”

Eu estava em minha mesa na galeria, já não aguentava mais esperar pela hora do almoço, estava faminta e ainda teria que pegar minha irmã na revista:
 --Eu descobri recentemente que tenho uma irmã mais nova. Minha mãe convocou uma reunião com seus filhos para contar que, poucos dias depois de ter saído da nossa casa em Amsterdã, descobriu que estava gravida de uma menina, eu, apesar de querer muito, não me recordo bem dos detalhes daquela noite, pois quando minha mãe começou a falar, agarrei uma garrafa de vinho, e no final da triste história, já estava completamente bêbada. Em fim, o que importa é que eu acabei me tornando muito próxima da Olivia. --
- Robe, eu estou indo almoçar, ou caso contrario vou desmaiar sobre esse bolo de papeis aqui. Você quem vir comigo?
- Obrigada, mas eu estou esperando pelo Alex.
- Então nos vemos mais tarde.
Já sai da galeria correndo, e quando entrei no meu carro liguei para a Olivia:
- Estou saindo agora, chego ai em cinco minutinhos.
- E eu vou demorar um pouquinho, tenho um problemão para resolver, mas você pode subir e tomar um delicioso café enquanto me espera.
- Eu estou morrendo de fome, acho que vou te esperar no restaurante.
- Não, por favor! Aqui tem um lindo bufê, com uma infinidade de bolinhos.
- Vou te esperar por cinco minutos, nada mais do que isso.
Por falta de sorte dela, não peguei nem um pouco de transito, muito pelo contrario. Quando cheguei ao prédio da revista,  fui recebida por um cara elegante que abriu a imponente porta de vidro do prédio, então dei de cara com uma mulher que sorria para mim, do balcão da recepção:
- Olá.
- Oi, meu nome é Manuela, e eu...
- A senhorita já esta com a entrada liberada.
Ela me entregou um crachá com meu nome e sorriu:
- Permaneça com o crachá, por favor. A sala da senhorita Alffrerie é no decimo oitavo andar, à direita.
Ela disse apontando em direção aos elevadores:
- Obrigada.
Eu apertei o botão de numero 18, e quando cheguei, vi outra mulher atrás de uma mesa, e duas portas de vidro, com o nome “Olivia Alffrerie” escrito em prata. Dentro da sala estava minha irmã, que conversava  com dois homens, um mais velho e o outro eu não conseguia ver, pois estava de costas para mim. Antes de eu ao menos falar com a mulher na mesa, Olivia e os homens pareciam ter terminado a conversa, e ela aparentava estar estressada:
- Terminamos de ver essa situação quando voltarmos do almoço, pensem em opções, eu quero resolver isso ainda hoje.
Então ela percebeu que eu estava ali:
- Oi, não te fiz você esperar nem os cinco minutos.
Eu não conseguia prestar atenção no que ela falava, pois finalmente consegui ver o outro homem que estava na sala, e meu Deus, ele era maravilhoso, completamente maravilhoso, alto, com cabelos castanhos, vestia uma calça jeans clara e uma camisa polo azul escuro, que contrastava muito bem com o seu tom de pele:
- Manuela?
E então percebi que estava quase babando:
- Oi, eh, vamos?
Então o charmoso homem se aproximou:
- Modelo nova?
- Não, essa aqui é minha irmã, Manuela, e Manu, esse é Lucca Pharborezzi, o melhor fotografo de Nova York.
Ele veio em minha direção, estendeu a mão e abriu um largo sorriso:
- Muito prazer em conhecê-la.
- O prazer é meu.
E eu fique lá, segurando a sua mão, completamente hipnotizada pela sua imponente beleza, até que a minha doce irmã me tirou do transe:
- Vamos, estou faminta.
- Vamos.
Ela colocou as mãos em meus ombros e me virou de costas para o Lucca, me levando em direção aos elevadores:
- Volto em uma hora, me encontrem em minha sala.
Antes das portas do elevador se fecharam, eu pude ser agraciada com mais um sorriso do bonitão:
- Ele é um gato, não é mesmo?
- Sim, muito.
- Ele é o melhor fotografo de Nova York e o terceiro do mundo, tivemos que negociar muito para a revista ter exclusividade com ele.
- Achei que ele fosse modelo.
Eu tinha ficado realmente interessada nele:
- Ele tem cara de que só namora modelos famosas.
- Não, ele tinha uma namorada, há muito tempo. Ela era estagiaria de um estilista, mas não ficaram muito tempo juntos.
Entramos no meu carro e partimos rumo ao restaurante, mas a conversa ainda era a mesma:
- Você parece intima dele, são muito amigos?
- Sim, eu o conheci em Londres, eu estava em um desfile de moda e ele era o fotografo oficial da coleção. E então, fomos nos encontrando cada vez mais nos eventos de moda e até mesmo em exposições de arte e concertos acabamos virando amigos. Até que eu recebi o convite para ser editora chefe da M em Nova York, e como estávamos precisando de um fotografo bom, tive a brilhante ideia de chamar o Lucca.
- Vocês já transaram?
Essa pergunta a pegou de surpresa, e ela pareceu ficar ofendida:
- Claro que não! Pelo amor de deus! Ele é como um irmão.
Quando chegamos a frente ao restaurante, um manobrista abriu a porta para a Olivia e depois para mim, então entramos e fomos para a nossa mesa de sempre:
- Você ficou muito interessada no Lucca não é mesmo?
- De certa forma sim, achei ele gato, e aposto que quando tirar a camisa, também acharei gostoso.
- Só gato, é só isso que precisa para te impressionar?
- Oli, não estou dizendo que vamos nos apaixonar, namorar depois casar e tem filhos lindo.
- Então você só o quer para fazer sexo?        
- Isso, não estou em busca de nada serio com ninguém, uma ou duas noites já está mais do que suficiente.
Depois de almoçarmos um maravilhoso sushi, levei minha irmã para a revista, e fiz questão de acompanha-la até a sua sala. E como eu esperava, o Lucca estava lá:
- Vou passar na galeria mais tarde, minha sogra vai fazer aniversario e ela é uma grande colecionadora de arte, quero dar um quadro a ela.
- Vou ficar te esperando lá.
O fotografo gatão estava dentro da sala, ele me olhava, e eu retribuía o olhar, só que com um pouco mais de intensidade do que deveria:
- E pode levar o Lucca também, seria um prazer mostrar cada cantinho da galeria para ele, ou do meu apartamento, acho que ele gostaria da bancada de mármore da minha cozinha.
- Você é quase uma ninfomaníaca, sabia?
-Faço o que posso.
- Não quer entrar e convida-lo você mesma?
- Minha querida irmã, com um olhar desse e aquele sorriso, não sei se entrar na sua sala com ele seria uma boa ideia, o meu lado ninfomaníaco pode ataca-lo ali mesmo.
- Te vejo mais tarde.
- Leva o bonitão com você.

Se eu soubesse que, a partir daquele dia, tanta coisa iria mudar se eu sequer imaginasse, talvez pudesse ter me preparado melhor para o que viria depois.

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