segunda-feira, 17 de agosto de 2015

Capitulo 34


Eu não fiquei surpresa com o pedido, e sim com o brilho em seus olhos quando, ele falava da minha mãe:
- O que você acha?
- Eu acredito quando você diz que ama a minha mãe, e sei que é recíproco, então, eu acho que vocês deveriam ir a frete.
   As minhas palavras pareceram pegar ele de surpresa, e ele solta um suspiro de alívio:
- Que bom, achei que você fosse ser contra.
- Não, estou a favor.
   Ele me deixa na galeria, e nem entro direito e a Manu já me arrasta para fora:
- Posso saber para onde você está me levando.
- Estamos indo comprar nossos carros.
- Nossos?
- Sim, eu sou uma excelente motorista, você eu não sei, mas eu me garanto.
- Não sabia disso.
- Pois é, eu sou uma caixinha de surpresas.
  Quando chegamos, a Manu se apaixona instantaneamente um carro da Range Houver, já eu fui olhar um Audi preto que me lembrava de o do meu pai, ele era apaixonado pelo carro, sempre fazia a maior propaganda:
- E aí, de qual você gostou?
- Desse preto aqui.
- Bonito, também gostei, vou levar aquele verde escuro ali, você vai levar esse?
- Acho que não.
- Por quê?
- Faz muito tempo que eu não dirijo, acho melhor alugar um carro até pegar o jeito outra vez.
- Você quem sabe.
  O vendedor que estava atendendo a Manu chega, ele pergunta se eu vou levar o Audi, eu digo que não e ele se vira para a minha amiga:
- Então senhorita Sobano, vamos tratar de negócios?
  Ela faz que sim com a cabeça e entra no escritório. Depois de algum tempo ela volta sacudindo a chave do carro e sorrindo:
- Você vai levar esse aqui?
  Eu aponto para o carro exposto, e ela faz que não com a cabeça:
- Não, ele vai me levar na garagem dos fundos para pegar o meu esse é só de exposição. Vamos ter que passar em um posto no caminho.
   A Manu me surpreende, ela é realmente uma boa motorista:
- Como vão as coisas entre você e o Alex, em relação a gravidez?
   Ela pergunta com um pouco de preocupação em escolher as suas palavras:
- Não falamos mais no assunto. Ele parece ter deletado esse assunto da sua mente, inclusive a briga.
- E como você se sente em relação a isso?
   Como eu me sinto? Ainda não parei para pensar nisso:
- Não sei, acho que vou seguir o seu concelho, e dar um tempo pra ele.
- É a melhor coisa que você faz. Isso é uma coisa bem delicada, tem que ter muito planejamento.
   Ela parece tão séria, mas no fundo eu sei que é verdade.
   O trânsito de Nova York é caótico, como sempre, e levamos cerca de uma hora pra fazer um percurso que levaríamos no máximo 30 minutos.
  O resto do dia passa voando, e eu ligo para uma agência de aluguel de carros, escolhi um modelo peso site e marquei de ir buscá-lo amanhã. Quando eu chego a casa, o Alex está na sala, tirando a gravata:
- Oi.
- Oi.
   Eu vou até ele é dou um beijo em seu rosto:
- Como foi seu dia?
- Bom, o Gabriel veio me perguntar o que eu achava dele se casar com a minha mãe.
- E o que você disse?
- Que fico feliz por eles. E eu também fui a uma concessionária hoje.
  Ele arregala os olhos, e não consegue disfarçar a surpresa e a preocupação:
- Posso relaxar, eu não comprei o carro, eu acabei pensando no que você falou, e eu concordo que faz muito tempo que eu não dirijo.
- Que bom que você mudou de ideia.
- Eu não mudei, vou alugar um carro e passar essa semana com ele. Quero pegar o jeito outra vez antes de comprar um.
   Eu estava dando uma olhada nos meus e-mails, quando vi que tinha um convite para uma exposição incrível em uma cidade próxima a Nova York, fiquei muito empolgada e logo confirmei a presença.
  Quando eu chego à galeria a Manu me conta que também recebeu o convite:
- Eu vou com o meu carro, mas vou contratar um motorista, o evento vai ser a noite e eu acho um pouco perigoso, você pode ir comigo.
- Acho que não, essa semana eu quero dirigir o máximo possível, e eu adoro pegar a estrada.
- Ai Robe, eu não sei não viu, tem uma parte da estrada que é bem perigosa, e sem falar que eles estão reformando um lado da pista.
- Não se preocupa apesar do que vocês falam, eu sou uma boa motorista.
- Você quem sabem. O Alex vai junto?
- Não sei, ainda não falei com ele.
- Quando você vai pegar o carro?
- Vou à agência de aluguel na hora do almoço.
   A hora passa muito rápido, e quando eu vejo já está na hora de ir buscar o carro. Eu não demoro muito na agência, e depois de assinar os papéis e dar o cheque, o rapaz me entrega a chave do carro, e eu volto para a galeria dirigindo.
   O restante do dia demora muito para passar, eu fico preenchendo a papelada do seguro de umas obras novas que estamos recebendo, enquanto a Manu e o Jan conferem os papéis de autenticação de cada obra.  Quando finalmente terminamos, eu vou  para casa, mas antes passo no mercado para comprar algumas coisas para fazer o jantar. O Alex chega quando eu estou terminando de colocar a mesa:
- Boa noite, nossa que capricho todo é esse?
  Ele diz enquanto tira o paletó e as chaves do bolço:
- Boa noite.
  Eu caminho até ele é dou um beijo nos seus lábios:
- Acho que fiquei inspirada.
- Que bom, porque eu estou morrendo de fome.
   Enquanto jantamos, eu conto para ele das obras novas que chegaram, e também falo sobre o carro, ele diz que não é uma boa ideia, mas não insiste no assunto:
- Eu queria falar com você sobre um convite para uma exposição a alguns quilômetros aqui de Nova York, queria que você fosse comigo.
- Que dia vai ser?
- Na sexta, começa às 19h30min.
- Essa sexta?
- Sim.
- Ahh, que pena, eu não vou poder ir, eu ia te contar, aliás, eu vou ter que fazer uma viajem.
  Ele diz com um sorrisinho no rosto:
- Para onde você vai?
- Chicago.

  Quando ele diz isso, meu coração gela.

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